Casal de Nova Veneza luta pela vida da filha ainda no ventre da mãe

 Alguns anos de namoro, outros de casamento e a realização de um sonho: ser mãe e pai. É por esse momento especial e tão esperado, que o casal Daniele e Maurício uniu todas as forças para trazer ao mundo a pequena Catarina. Moradores de Nova Veneza, no Distrito do Caravaggio, Daniele Baggio Milanez, 26 anos, e Maurício Milanez, 33 anos, estão desde o começo do último mês de outubro, em São Paulo (SP).

Ainda no ventre da mãe, a menina precisou passar por uma cirurgia de alto risco para garantir que ela venha ao mundo saudável. Após diversos exames, uma equipe médica percebeu que a bebê possuía uma hérnia diafragmática à esquerda. “Foi desesperador. Só chorávamos. Então, foi indicado irmos para São Paulo. Foi necessário a inclusão de um balão traqueal com 28 semanas, pois a Catarina só tinha 15% chance de sobrevivência sem a inclusão”, explica a mãe. O próximo procedimento está marcado para a próxima  terça-feira (26). “Com 34 semanas será retirado balão traqueal, que foi colocado para auxiliar no crescimento do pulmão direito, único que conseguimos enxergar, o outro está herniado aos demais órgãos”, conta Daniele.

Batalha vai além do útero

A batalha pela vida de Catarina vai além do útero. A pequena assim que nascer vai passar por sua terceira cirurgia. “Uma cirurgia de peito aberto para reorganizar os órgãos herniados e separar cada um deles em seu devido lugar. Será utilizada tela dentro do tórax que será costurada nas costelinhas e músculo. Além da hérnia, ela tem uma lesão no pulmão direito, que será retirado nesta terceira cirurgia. Caso a médica ache muito arriscado e invasivo tem a possibilidade de uma quarta cirurgia para a retirada da lesão no pulmão”, ressalta Daniele.

Daniele trabalhava como vendedora externa, enquanto Maurício é engenheiro de materiais, ambos largaram seus empregos para se mudarem com urgência para SP. Por conta disso, amigos e parentes do casal estão realizando diversas ações para garantir o tratamento da bebê Catarina, que leva o mesmo nome das bisavós do casal. A mãe conta que somente de aluguel de um quarto no centro da cidade eles pagam a quantia de R$ 4 mil, fora custos com transporte, comida, remédios.

“Não temos previsão de alta. Não conhecíamos ninguém com o mesmo caso, não sabíamos se poderia sobreviver ou não. É raro e não tem uma explicação para o motivo, a medicina ainda não descobriu. As famílias estão ajudando muito, os amigos e pessoas enviando apoio financeiro. Dessa maneira que estamos nos mantendo aqui”, fala emocionada. 

Corações unidos pela vida de Catarina

“Eu como mãe da Dani e avó da Catarina, assim como o Daniel que é pai e avô, estamos com os corações muito aflitos. Não passo um dia sequer sem fazer ligação de vídeo. Toda semana mando uma caixa com alimentos e mimos que amenizam a dor da saudade. O amor fraternal deu lugar ao fortalecimento da fé, união da família. Quando Catarina foi morar em São Paulo, ficamos despedaçados, mas hoje temos certeza de que logo estaremos juntos com nossa família completa”, acredita Terezinha Baggio, 73 anos, moradora de Braço do Norte e mãe de Daniele. 

Para a avó paterna de Catarina, o que mais lhe dói é a impotência de não poder estar ao lado dos seus entes queridos. “Me sinto impotente. Gostaria de estar junto com eles neste momento tão difícil e importante para apoiá-los. Mas em função da distância e todo gasto, inviabiliza estarmos próximos. Acreditamos que eles estão no melhor centro médico do país e não mediremos esforços para ajudá-los no que for possível”, conclui emocionada Kelli Regina.