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Audiência pública discute sobre a empresa fornecedora de energia elétrica para a região agrícola

Mais de 500 pessoas compareceram à Audiência Pública organizada pelo Legislativo de Criciúma, na noite de ontem, no salão de festas do  Morro Estevão, em Criciúma. O objetivo foi discutir a manutenção ou troca da empresa fornecedora de energia elétrica para a região agrícola. A iniciativa é do Legislativo, por meio dos vereadores Ademir Honorato (MDB), Geovana Benedet Zanette (PSDB), Tita Beloli (MDB) e Miri Dagostim (PP), e aprovada por unanimidade pelos parlamentares.

Os moradores, cerca de dois mil consumidores, são contra a migração dos serviços da Coopera – onde são associados-, para a Celesc. De acordo com os mesmos os impactos serão de 40% a mais na fatura de energia com a migração. A Audiência foi comandada pelo presidente da Câmara, vereador Julio Colombo (PSB).

A área abrange a região agrícola de Criciúma seguindo o lado esquerdo da Rodovia Luiz Rosso, a partir do 28º GAC até a Quarta Linha e parte da BR-101 – nas localidades de São Domingos, Vila Maria e Espigão da Toca, abrangendo ainda outros 900 consumidores da região do Bairro São Sebastião, além do Bairro Montevideo.

A moradora do Morro Estevão, Valdina Dagostim, relatou que todos estão muito unidos. “Dessa reunião vamos ter outros encaminhamentos, se não for por via política, por judicial. E o povo quando quer ele consegue”, frisou.

O empresário Valdelir Biff falou dos impactos, caso seja concretizada a mudança. “O impacto não vai ser só pela parte comercial da empresa, mas também ao consumidor final. A partir do momento em que temos os custos efetivados, não estamos preparados para desembolsar o diferencial que tem de uma tarifa para outra. Se a migração ocorrer para empresários vai acarretar desempregos e, para as famílias maior desembolso, o que não estão preparadas para isso”.

Fabio Valentim, chefe de departamento da Celesc, mencionou o motivo de alguns moradores serem transferidos. “Foi definido, em 2006, que alguns consumidores seriam transferidos da Coopera para a Celesc. Estamos descumprindo um termo de acordo e isso gera uma situação de risco. Já fomos alertados sobre o risco de termos elevadas penalidades até mesmo intervenção na concessão. Essas modificações estão ocorrendo em todas as cooperativas do Estado de Santa Catarina, e a Coopera é uma delas. Não é fácil e a Celesc entende a situação, mas tem aspecto legal e contratual que precisa ser cumprido”, relatou Valentim.

Enaldo dos Santos, gerente regional da Celesc, também esteve presente e ressaltou também o motivo da mudança. “Acho que a Celesc está fazendo o papel dela, e quem define é a Aneel”.

Walmir João Rampinelli, presidente da Cooperativa Pioneira de Eletrificação (Coopera), falou que a Coopera tem todo interesse que “vocês fiquem conosco, tanto é que temos todas as atas que menciona que queríamos permanecer como está. Temos ofício à Aneel solicitando a permanência. A Coopera é dos cooperados. Nossos cooperados mostraram satisfação enorme com a tarifa e todos querem permanecer. É reflexo de trabalho bem feito pela Coopera. Povo unido tem muita força e eles mostraram união”, reforçou.

União

Ademir Honorato (MDB) falou que a declaração dos moradores e o encaminhamento dado foi muito positivo. Tita Beloli (MDB) disse que foi uma Audiência muito prestigiada e ficou claro que os moradores não querem a mudança. Miri Dagostim (PP) destacou a mobilização de toda a comunidade com a união de todos para um melhor resultado. Geovana Benedet Zanette (PSDB) também enalteceu a participação do povo e afirmou que o debate será levado à Aneel.

O presidente da Câmara de Vereadores Julio Colombo (PSB) disse que os encaminhamentos serão importantes para os próximos passos, já que os moradores não concordam com a migração.

Também estiveram presentes os deputados federais Jorge Boeira e Ronaldo Benedet.

Encaminhamentos:

Cópia da ata e gravação do evento disponibilizada à Comissão que encaminhará à Aneel por meio do deputado federal Ronaldo Benedet.

Elaboração de ofício pela Comissão para a Celesc solicitando a prorrogação do prazo de migração, que hoje está estipulado para 15 de outubro.

Somente realizar a migração dos consumidores da Coopera para a Celesc, apenas quando os valores de tarifa estiverem equiparados.

Desobrigação do cooperado de não ser transferido para outra empresa prestadora de energia elétrica.

Encaminhamento do assunto ao Governo do Estado.

 

 

 

 

 

 

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