A região sul do Brasil está sendo assolada por graves fenômenos naturais que têm ceifados bens e vidas, deixando famílias inteiras em situação de extrema fragilidade econômica, psicológica e afetiva diante dos danos aos seus lares, quando não a destruição dos mesmos e o perecimento de seus entes queridos.
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De imediato uma pergunta se coloca diante de tais acontecimentos: Por quê essa natureza que foi tão generosa conosco, se revela tão revoltada? Essa resposta não pode ser dada neste espaço limitado que dispomos e, principalmente, por não dispor do conhecimento científico necessário para me atrever a formular uma resposta pronta e acabada para uma questão tão complexa. Sei somente que respeitar e preservar a generosa “Pachamama” é o que me impõe, enquanto cidadão que vive neste mundo e preza pelo bem viver desta e das futuras gerações. Pachamama é uma expressão originária dos povos quíchuas, habitantes das regiões andinas da Bolívia, Peru e norte da Argentina, que quer dizer ‘Madre Tierra’.
Mas, a hora para além de buscar entender porque os ciclones bombas acontecem recorrentemente, também o de traçar estratégias, planos e ações para enfrentar suas ocorrências, mitigar seus efeitos e solidarizar materialmente com as vítimas.
Cabe ao poder público empreender os esforços necessários para a reconstrução da infraestrutura danificada e ajudar as famílias na reconstrução de suas casas e na retomada de seus projetos de vida, o que resultará na elevação da autoestima e no sentimento de cidadania.
Cabe a sociedade como todo despertar não somente o nosso sempre presente sentimento de solidariedade. É preciso para além de sermos solidários, sentirmos empatia, ou seja, sentir-nos na figura de cada família atingida como a própria imagem e semelhança.
Cabe ao poder público e a sociedade a necessidade, com urgência urgentíssima, de se instaurar uma visão macro acerca do meio ambiente com capacidade o bastante de reconstruir a harmonia e o equilíbrio entre os bens naturais e a exploração econômica de forma que a natureza não siga neste caminho de não podendo se defender, apenas vinga.
Força Sul! Força Santa Catarina! Não tenho dúvidas que sairemos ainda mais fortes e resilientes. A família catarinense indiferentemente dos efeitos diretos e indiretos produzidos pelas catástrofes naturais dos últimos dias, fortalecerão seus laços de solidariedade e empatia, com o devido respeito e com igual sentimento de que a vida é o bem mais precioso a ser preservado. Ter e viver o conceito vida no sentido lato sensu, o que significa ver a vida em seu contexto mais completo, onde estão incluídos os seres humanos como um todo, pessoas, animais e plantas, todos vivendo em harmonia.