Por Jose Milton Scheffer- deputado estadual
A cadeia produtiva do leite em Santa Catarina ocupa a destacada posição de quarto maior Valor Bruto de Produção (VBP), com a significativa cifra de 3 bilhões de litros, o que corresponde a 11% do leite produzido no Brasil, um movimentando na ordem de R$ 3,721 bilhões que envolve de forma direta e indireta aproximadamente 300 mil pessoas, ficando atrás apenas da cadeia de Suíno e Aves. Sua importância, no entanto, não a isenta das sucessivas crises do mercado.
Temos clima, solo, material genético, entidades que assistem e profissionalizam os produtores (Cooperativas, Epagri, Cidasc, Senar, Mapa) e principalmente, famílias de agricultores, que fazem desta atividade, uma das cadeias que mais cresce em SC, somente nos últimos 30 anos (7 a 8% ao ano).
Diante da tecnologia adotada com pastagens de inverno, pastoreio rotativo, silagem e outras, o setor mantém a competitividade e chegou ao auge da produção leiteira para o mercado interno. Seu custo de produção varia de R$ 1,15 a R$1,45, dependendo do sistema adotado, sendo que o custo mais elevado se refere a uma maior utilização de silagem e rações, enquanto os mais baixos, com pastagem e suplementação.
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Constatamos que devemos trabalhar uma questão estrutural, para, além do mercado interno, galgar o mercado externo, como forma de aumentar a segurança da cadeia produtiva. Para isso precisamos dotar o setor de uma equidade tributária, melhorar ainda mais a produtividade, a qualidade da nossa produção, a logística e principalmente o foco estratégico que é o de produzir para o LUCRO e não produzir apenas para a PRODUÇÃO.
A cadeia produtiva do leite precisa entender que sem o produtor não haverá a indústria e sem a Indústria não haverá o produtor. Interdependência entre as partes.
O CONSELEITE, formado paritariamente entre o setor produtivo e as indústrias, se reúne periodicamente e, após a análise do mercado, fixa o preço indicativo para o mês subsequente, refinando para cima ou para baixo, de acordo com a qualidade do leite.
Isso nos mostra que a indústria e o setor produtivo e suas entidades representativas, devem priorizar uma maior transparência e divulgação dessas decisões, através das suas Resoluções.
O poder legislativo, através da Comissão de Agricultura e Política Rural, do qual sou o presidente, irá fazer a sua parte, unindo as partes e intermediando as questões da competitividade, no que diz respeito à equidade tributária, onde se busca a paridade dos impostos com outros entes da federação. As ações neste sentido já iniciaram e deverão chegar a um bom termo, com o governo, nesta questão.
Temos claro que preservar e viabilizar a cadeia produtiva do leite é uma questão de segurança alimentar para o País além de uma excelente oportunidade de geração de emprego e renda.