O que estava desenhado desde que, na última segunda (27), Antídio Lunelli ouviu do governador Carlos Moisés (Republicanos) de que não era bem-vindo na condição de vice na chapa à reeleição se confirmou com a demonstração de que o ex-prefeito de Jaraguá do Sul manda na cúpula do MDB, a ponto de ignorar um acordo e defender a pré-candidatura que já parecia inviável.
Antídio chamou o presidente em exercício, o ex-deputado Edinho Bez, ao seu território jaraguaense, ao lado do deputado federal Carlos Chiodini, para ouvir o que interessava para o momento: de que já tem o nome homologado pelo partido, fez os gestos necessários em busca da unidade da sigla e que o trabalho agora será para concretizar a candidatura.
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É retórica, porque o caminho de Antídio está cheio de obstáculos, o maior deles reverter as posições da maioria dos 98 prefeitos, 30 vices e de todos os nove deputados estaduais, mais da presidente do MDB Mulher, Dirce Heiderscheidt, favoráveis à aliança com Moisés, desfeita a 23 dia da convenção emedebista.
O clima dentro do MDB é de perplexidade entre os que têm voto e de revanche para os que defendem a candidatura própria, que anteveem muito trabalho à frente, em um cenário de ruptura interna e sem que qualquer sigla tenha acenado com uma aliança com Antídio, a não ser o grupo do PSD ligado a Gean Loureiro (União Brasil) que torce para ficar com parte da legenda que sobrar, desde que o todo não vá com Moisés.
Sem palavra
A imagem de Antídio entre os mais próximos de Moisés é de uma pessoa sem palavra, mudou várias vezes de posição, sem que a novidade desta quinta (30), tenha fulminado totalmente o que, há um dia, era uma aliança promissora.
Alguns se perguntam como, por exemplo, ele pretende contemplar o deputado Celso Maldaner que deu aval à aproximação com o governador que postula à reeleição.
Também é notório que, a partir de agora, há um aumento da insegurança entre os pré-candidatos a deputado estadual e federal, devido aos solavancos internos no partido, sem uma estratégia, apenas em profundo litígio.
Avaliação
Entre os deputados estaduais do MDB a situação atual, que repete os piores momentos dentro do partido e replica o que redundou nos péssimos resultados de 2018, é lamentada.
Ex-presidente da Assembleia e nome sempre lembrado para compor na majoritária, embora prefira o projeto à reeleição, Mauro De Nadal sintetiza a repercussão do movimento Antídio: “Ninguém é candidato de si mesmo, precisa compor, envolver o partido e não colocar o projeto pessoal à frente da sigla!”