Anel de Contorno Viário de Florianópolis só em 2024
Estudo da Fiesc aponta que conclusão das obras para o final de 2023, conforme previsão do Dnit, é improvável
As obras do Contorno Viário de Florianópolis devem ser concluídas no 1° semestre de 2024. A previsão é do estudo da Federação das Indústrias (FIESC), realizado pelo engenheiro Ricardo Saporiti e que foi apresentado em reunião, nesta terça-feira, dia 11, em Florianópolis. “O volume remanescente estimado das obras e serviços é muito significativo, assim como a incidência de períodos chuvosos na região, o que torna improvável conclusão das obras até o final de 2023, conforme previsão estabelecida pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT)”, destaca a análise.
O estudo mostra que os projetos executivos dos quatro túneis duplos previstos em todo o empreendimento, com seus respectivos orçamentos, aguardaram cerca de 24 meses para receberem as ordens de serviço para execução, que são expedidas pela agência reguladora à concessionária. “Considerando o porte do projeto como um todo, o atraso é provável, em função de problemas técnicos não previstos, excesso de chuvas e pelo rompimento de contrato com uma das empreiteiras que atuava na obra”, afirma o presidente da FIESC, Mario Cezar de Aguiar
A análise destaca que, quando foi elaborado o projeto executivo, em 1995, a estimativa era atingir o volume de tráfego de longa distância de 18 mil veículos por dia em 2015. Agora, considerando uma previsão de entrega das obras no final do 1º semestre de 2024, estima-se um volume de tráfego de cerca de 23 mil veículos pesados por dia no Contorno. Hoje, esse fluxo passa por trechos urbanos das BR-101 em Palhoça, São José, Florianópolis e Biguaçu. Saporiti, por sua vez, alerta para a necessidade de os municípios estabelecerem um plano que oriente a ocupação das áreas do entorno da via de Contorno. “É urgente que os poderes executivo e legislativo de Palhoça, São José, Biguaçu e Governador Celso Ramos elaborem um plano diretor para que o desenvolvimento seja ordenado”, afirma.
O que diz a Arteris
O diretor de Operações Sul da Arteris, César Ribas Sass, explicou no evento que a empresa deve contratar uma das empreiteiras que já estão na obra para substituir a Azevedo Travassos Infraestrutura para a conclusão da extremidade Sul do Contorno. A empreiteira rompeu o contrato na semana passada. Ribas disse que ainda não há uma definição do novo cronograma, já que a Arteris está recebendo até o final desta semana as propostas de preços e prazos para a conclusão.
Na reunião, Ribas destacou que o avanço global da obra está em 82,3%, quase dois pontos percentuais abaixo do previsto (85,2%). O executivo citou caso a caso todos os segmentos, sendo que alguns já estão concluídos e outros devem ser concluídos até o final do ano, e ressaltou que os dois pontos mais críticos estão no km 225, no trecho Sul, e totalizam em torno de 400 metros. Esses dois trechos exigem desmonte de rochas e terraplenagem, que é crítica em relação à chuva. Entre os dois trechos, está o túnel do Morro do Cipó, cuja conclusão depende do uso de treliças lançadeiras, que permitem o lançamento de vigas pré-moldadas para a execução dos viadutos de acesso. A infraestrutura para o uso das treliças já está concluída.