Alta da gasolina: saiba se vale a pena instalar GNV
Gás natural sofreu reajuste de 19% na última semana
Os preços elevados da gasolina, álcool e do diesel estão afetando de diversas maneiras os brasileiros. Para tentar “fugir” desses preços altos, o gás natural veicular (GNV) é uma das alternativas. Apesar disso, o GNV também vem sofrendo reajustes. Na última semana, a Petrobras anunciou que o gás natural vendido às distribuidoras pela empresa ficou 19% mais caro. O reajuste possui validade até 31 de julho.
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Segundo a estatal, a variação do preço do gás natural se dá com base em fórmulas previstas em contratos públicos e divulgados no site da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). O cálculo leva em conta as variações do petróleo no mercado internacional e a taxa de câmbio.
De acordo com o economista e doutor em ciências pela Universidade de São Paulo (USP), Fábio Farias de Moraes, é necessário analisar cada situação para entender se vale a pena a instalação do gás natural veicular. “Todo mundo precisa investigar, fazer os seus cálculos e levantar os dados para entender a situação. Depende muito de cada carro e o tipo de consumo”, destaca.
O economista ainda explica que a política econômica é um problema que afeta diversos brasileiros. “É importante dizer que se trata de uma política econômica que é no mínimo equivocada. Ela é antipopular, sendo uma política elitista que serve a uma minoria de endinheirados. Na essência, a política de qualidade de preços internacionais da Petrobras, que influência em todos os combustíveis, tem funcionado como um ralo da renda nacional. A sociedade inteira está pagando para que a Petrobras, que é uma empresa estatal, levante totais de dezenas de bilhões de reais anualmente”.
Com o aumento dos combustíveis, Moraes ressalta que outros produtos e alimentos também tem o seu preço reajustado. “Temos visto os efeitos no custo de vida das famílias com essas altas nos preços. Só que vai muito além do alto valor dos combustíveis, pois eles têm o valor diluído nos custos de toda cadeia produtiva. Com a alta do combustível, tudo vai subir”, completa.
Para facilitar a vida do motorista, veja a tabela abaixo com a comparação de cada tipo de combustível. Vale destacar que foi utilizado um preço e consumo médio.
combus-
tível |
rodagem km/mês | consumo médio | litros/mês (m2 de GNV ou kWh) | preços médios regionais | gasto mensal | Economia mensal em relação à gasolina | Instalação | custos adicionais de manutenção | Retorno (em meses) | |
gasolina | 1600 | 10 | km/L | 160 | 7,3 | 1.168 | 0 | 0 | – | |
alcool | 1600 | 7 | km/L | 229 | 6,65 | 1.520 | -352 | 0 | 0 | – |
GNV | 1600 | 11 | km/m2 | 145 | 5,39 | 784 | 384 | 4000 | 500 | 12 |
GNV + 19% | 1600 | 11 | km/m3 | 145 | 6,4141 | 933 | 235 | 4000 | 500 | 19 |
GNV + 25% | 1600 | 11 | km/m4 | 145 | 6,7375 | 980 | 188 | 4000 | 500 | 24 |
Elétrico | 1600 | 6,5 | Km/kWh | 246 | 0,7 | 172 | 996 | 100000 | 0 | 100 |
“Cada dia que passa está mais difícil”
Trabalhando na praça de Criciúma como taxista há pelo menos 12 anos, Almir Costa acredita que o gás natural ainda vale a pena, porém os aumentos estão prejudicando os motoristas. “Eu trabalho com GNV e álcool. Mesmo com os problemas de aumento, o gás natural possui uma rentabilidade melhor comparado com a gasolina. Apesar disso, está muito caro. Temos que arrumar um jeito com o governo estadual, federal e municipal para ver se reduz em algo para favorecer quem trabalha. Fazemos uma prestação de serviço para a comunidade, só que cada dia que passa está mais difícil. Temos família e para sobreviver está complicado”, salienta.