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Afinal, por que o coelho é símbolo da Páscoa?

Todo mundo sabe que a Páscoa é um feriado que recorda a crucificação, morte e ressurreição de Jesus Cristo. Agora, já parou para pensar por que o coelho é símbolo da Páscoa? A associação que existe entre ovo, coelho e Páscoa é estranha para muitos, afinal, o que tem a ver o coelho com uma festa cristã? Senta que lá vem história…

O coelho da Páscoa, que traz os ovos de chocolate, é um dos grandes símbolos da Páscoa moderna, e sua origem, enquanto símbolo pascal, é explicada por diferentes teorias.

Porque o coelho representa a páscoa ainda é um mistério para muita gente. Ou melhor, para todo mundo! Não se sabe ao certo o motivo, mas muitos acreditam que a imagem do coelho é usada para representar a fertilidade, o nascimento e a esperança da vida.

Desde o antigo Egito, os orelhudos já eram símbolos de fertilidade e “vida nova”, por causa da rápida reprodução da espécie. Com o passar do tempo, por ser o primeiro animal a sair da toca após o inverno, também se tornou uma figura de renascimento.

As teorias mais levantadas, e que geralmente são as mais consideradas, são aquelas que associam o coelho da Páscoa ao paganismo. A teoria mais conhecida é aquela que relaciona o coelho de Páscoa com uma deusa da mitologia germânica (presente também na mitologia nórdica e na anglo-saxã) chamada de Ostara ou Eostre.

Essa deusa era conhecida por ser uma deusa da fertilidade, e muitos acreditam que ela tem relação direta com o nome da Páscoa no Hemisfério Norte — Easter, em Inglês, e Ostern, em Alemão. A relação de Ostara com o coelho da Páscoa (no Alemão, inclusive, coelho da Páscoa é osterhase, o que reforça essa aproximação com Ostara), segundo essa teoria, remonta a uma história em que a deusa Ostara transforma um pássaro em coelho para divertir algumas crianças.

O pássaro (transformado em coelho) não estava feliz com a transformação e desejou voltar à sua forma original. Depois que isso aconteceu, como forma de agradecimento, o pássaro deixou alguns ovos coloridos para a deusa, que, então, os deu de presente para as crianças. Essa teoria fez com que Ostara fosse popularizada como a origem da associação dos ovos coloridos com o coelho e a Páscoa.

Inclusive, é importante pontuar que o consenso existente é o de que a Páscoa é uma festa cristã, originária de uma festa de origem hebraica (a Pessach).

Uma outra teoria também aponta que o coelho da Páscoa pode ter surgido do Cristianismo, isso por que as possíveis origens cristãs do coelho da Páscoa têm associação inicial com a lebre. Com o passar do tempo, a figura da lebre foi sendo substituída pela do coelho, um animal mais dócil e que se encaixava nas tentativas de tornar a Páscoa uma comemoração mais doméstica.

Em inúmeras construções de iconografia cristã, a lebre (ou o coelho) aparecia, e, aparentemente, na mentalidade cristã da Idade Média, existia uma relação (muito estranha para nós) da lebre com a virgindade. Isso fazia com que o animal aparecesse junto à Virgem Maria, e a origem dessa colocação pode ocorrer pelo fato de que muitos acreditavam que a lebre era um animal que se reproduzia assexuadamente.

Essa colocação das lebres (e coelhos) ao lado da Virgem Maria resultou até em uma obra de arte conhecida como “A Virgem com o coelho”. Essa pintura foi produzida por Tiziano Vecellio e mostra a Virgem Maria segurando um coelho branco, o qual era enxergado como um símbolo de pureza.

Além disso, existe uma gama de outros objetos da iconografia cristã em que há a presença de coelhos e lebres, como os encontrados em Devon, na Inglaterra. Nas igrejas medievais dessa cidade inglesa, existem uma série de cruzes que possuem um círculo com três lebres (ou coelhos) interligados pela orelha. As teorias que explicam esse círculo de lebres são as duas seguintes:

  • As lebres (ou coelhos) eram entendidas como um símbolo de castidade, pela crença existente de que elas conseguiam reproduzir-se sem perder a virgindade.
  • Esses animais eram representados como um símbolo da Trindade, importante conceito do Cristianismo.

Historiadores identificaram um padrão no qual, em diversos locais, o círculo com as três lebres era colocado próximo a símbolos pagãos, o que sugere uma substituição de um ícone pagão por um ícone cristão.

Outra relação do coelho com o Cristianismo sugere como, em muitos locais do Hemisfério Norte, o coelho passou a ser visto como um símbolo cristão. Isso porque, durante a época em que a Páscoa era comemorada (próxima ao Equinócio de Primavera), o coelho era um dos primeiros animais a serem vistos com o fim do inverno. Isso fez com que o animal passasse a ser enxergado como um símbolo da renovação e, portanto, da ressurreição.

Mas existe uma versão que vem sendo propagada por aí é que o coelho teria sido o primeiro ser vivo a presenciar a ressurreição de Jesus Cristo. Nesta versão, que foi disseminada ao longo dos séculos é a de que, Maria Madalena teria ido antes do amanhecer de domingo ao sepulcro de Jesus de Nazaré – crucificado, na sexta-feira – levando consigo material para ungir o corpo dele. Ao chegar ao local, teria visto a sepultura entreaberta.

Um coelho, que teria ficado preso no túmulo aberto na rocha, seria o primeiro ser vivo a testemunhar a ressurreição de Jesus. Por essa razão, ganhou o privilégio de anunciar a boa nova às crianças do mundo inteiro na manhã da Páscoa. Porém, a ideia de ser um símbolo de esperança é o que mais se desenvolve.

Por fim, uma outra teoria sugere que a associação do coelho com a Páscoa foi obra dos protestantes, que afirmavam, para as crianças, que os ovos acumulados (resultado da Quaresma) eram trazidos pelos coelhos, sob a ótica que esses eram símbolos de fertilidade.

A primeira menção a um coelho trazendo os ovos de Páscoa remonta a um texto germânico de 1572. Existe outra menção ao coelho da Páscoa, em outro texto germânico, só que esse texto é do século XVII. Inclusive, é no século XVII que os especialistas sugerem que a história do coelho da Páscoa, como aquele que trazia os ovos decorados para as crianças boas, consolidou-se.

A tradição de associar o coelho com os ovos de Páscoa foi levada, da região da atual Alemanha para os Estados Unidos, por imigrantes que se estabeleceram na região da Pensilvânia, por volta do século XVIII. A história popularizou-se e transformou-se em um dos grandes símbolos da Páscoa moderna. Nos Estados Unidos, o coelho da Páscoa tornou-se popular somente durante a Guerra Civil, travada no século XIX.

Depois desse “mergulho” na história da Páscoa, vale destacar que nem mesmo os historiadores sabem identificar a narrativa verdadeira. Mas, ainda assim, é possível compreender basicamente o que o coelho  simboliza para o feriado.

Desejo à todos uma abençoada e Feliz Páscoa! Obrigada pela leitura, me siga nas minhas redes sociais: 
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