Adolescentes relatam estupro e importunação sexual, após denunciar professor de karatê
Casos relatados aconteceram em 2020 e 2021
As adolescentes que denunciaram um professor de karatê de Içara por estupro e abuso sexual se manifestaram através das redes sociais. As vítimas relataram o que aconteceu no dia do crime e pedem justiça. Os casos aconteceram em 2020 e 2021, mas foram denunciados nessa quarta-feira, dia 18, na Delegacia de Polícia Civil de Içara, segundo o delegado Rafael Iasco.
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Uma das vítimas, de 14 anos, na época tinha 13 anos, denunciou o professor por importunação sexual. A adolescente fez um boletim de ocorrência e relatou o caso, que aconteceu em abril de 2021. Confira o desabafo nas redes sociais:
Nesse dia, [professor] dirigindo uma moto veio até mim me convidar para ir em sua casa para conversar assuntos sobre o karatê. No caminho [professor] faz uma pausa para comprar bebidas alcoólicas. Chegando em sua casa, oferece uma garrafa de vodka . Conversando assuntos normais me convida para o quarto, colocando a mão em suas genitais e retirando para a fora, logo recusei, mas ele insiste e me pede para fazer um oral. “Tira a camisa” foi uma das falas que mais me assusta. De tanto recusar, ele se cansa e começa masturbar olhando para o meu corpo, essa cena me traumatizou. Cansei e gritei “Para! Eu não quero ver”. Depois disso ele foi tomar banho, enquanto eu chorava desesperadamente em seu quarto. Depois do banho, ele sai e me leva para casa. Tomei coragem e só depois de entorno de dois meses tive coragem de me abrir pra minha mãe, pois tinha medo de ele fazer alguma coisa comigo. Esse “professor ” continua dando aulas para crianças e atuando como técnico em campeonato estaduais e nacionais. Peço que a justiça seja feita com urgência!!!
A outra vítima a denunciar, tem 16 anos, e na época tinha 14 anos, relatou que o suspeito ofereceu carona e levou ela para a casa dele e a estuprou, o fato aconteceu em julho de 2020. A família da jovem foi até a Delegacia de Polícia Civil de Içara e fez um Boletim de Ocorrência. Veja abaixo:
Nas redes sociais, a adolescente fez uma postagem falando sobre o ocorrido. No relato, a vítima diz que teve coragem de divulgar após perceber que não foi a única vítima do suspeito. Acompanhe na íntegra:
“É muito difícil expor isso, mais tive a coragem depois do que aconteceu com a [nome da outra vítima], e vim aqui me manifestar sobre oque ele fez comigo, sofri um abuso sexual.
Sim ele me ESTUPROU!!
E eu só tive coragem de fala isso agora depois de perceber que não estou sozinha nessa. Foram quase 2 anos lutando contra isso todos os dias e tive medo de contar pra alguém.
Como se não bastasse e depois de tudo que ele fez comigo, me vendo chorar, pedindo para parar, ele ainda foi me consolar, como se aquilo fosse nada pra mim.
Ele sabia meu trajeto e horário que fazia todos os dias pós treino, não sou a primeira e nem a última vítima, esse “professor” ainda continua dando aula pra crianças e adolescentes, continua atuando como personal trainer, arbitrado em competições estaduais e nacionais.
Busquei ajuda com a [nome da outra vítima], e com outras pessoas que me acolheram com muito carinho e compreensão, ele não faz mais parte do karatê da [instituição] , onde por tanto tempo cometeu esses crimes… foi expulso assim que o caso foi descoberto foi demitido da prefeitura! E ainda continua atuando.
Não vim me expor pra ser uma coitada que sofreu abuso, o que me deu coragem foi saber que eu posso livrar outras meninas, que não tenham que enfrentar o trauma de carregar isso por uma vida inteira”.
Segundo o delegado, anteriormente o professor já havia sido denunciado por outras vítimas, mas não foi indiciado. Na época o suspeito dava aula de karatê em um projeto da Prefeitura de Içara. Assim que os casos foram denunciados, o órgão desligou o professor. Com esses novos casos, o projeto emitiu uma nota. Segue:
“A associação [nome] de karatê, vem a público declarar que o “professor” acusado por assédio não faz mais parte da associação [nome], ou de qualquer grupo de karatê que tenha ligação com o projeto de karatê de Içara. A [nome] recrimina qualquer tipo de abuso e exploração sexual, esperamos a fim de que sejam apurados todos os fatos e que a justiça seja feita.”
Atualmente, o suspeito era instrutor em uma academia do município. Diante das novas denúncias, a empresa se manifestou e informou que ele não faz mais parte do quadro de funcionários do local. Confira:
Venho por meio deste informar que, mediante a todo o ocorrido, o até então professor não faz mais parte do quadro de funcionários da academia.
A academia [nome] apenas deixa claro que, nesse tempo em que o professor atuou na academia, nunca recebeu nenhuma denúncia/relato de nenhum aluno (a) de qualquer atitude indevida do professor.
A academia não compactua com nenhum comportamento que viole a integridade de uma pessoa. Nosso foco é total em nossos alunos e por isso nossa decisão.
Ainda de acordo com delegado, os casos serão investigados pela Polícia Civil. “Vamos buscar mais provas. Se realmente houver indícios, ele será indiciado”.
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