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Adenocarcinoma: conheça os sinais da doença da cantora Preta Gil

Especialista do Hospital São José, fala sobre o problema, sintomas e formas de prevenção do câncer que está entre os mais diagnosticados no Brasil

Esta semana, após um período de internação em uma clínica no Rio de Janeiro, a cantora Preta Gil fez um comunicado informando que foi diagnosticada com um adenocarcinoma, um tipo de tumor maligno que acontece no intestino grosso. Ele tem origem na mucosa, a camada mais interna que reveste a parede do cólon. Com a divulgação da notícia, surgiram dúvidas sobre o problema que é comum no Brasil e de que forma ele pode ser tratado e prevenido.

“A incidência de câncer no Brasil, segundo informativo de 2023 do Instituto Nacional do Câncer (INCA), aponta o câncer de intestino como o segundo mais comum tanto nos homens quanto nas mulheres, atrás somente do câncer de mama e próstata. Um importante fator de risco é a idade. Ele ocorre mais comumente em pessoas acima dos 50 anos, mas, nas últimas décadas, temos observado um aumento na incidência em pacientes jovens, abaixo dos 50 anos”, explica a coloproctologista do HSJosé, Denise D’avila Búrigo.

De acordo com a especialista, outros fatores também devem ser observados como o histórico familiar de câncer de cólon, sobretudo quando o familiar teve câncer abaixo dos 50 anos. História pessoal de pólipos do cólon, quem tem doenças inflamatórias do intestino como doença de Crohn e Retocolite Ulcerativa. Além disso, segundo a médica, pessoas negras, judeus do Leste europeu e diabéticos tem maior incidência de câncer de cólon.

Também podem ser incluídos como fatores de risco, o sobrepeso e a obesidade, sedentarismo, dieta rica em carnes processadas (salsicha, mortadela, linguiça, presunto, bacon, peito de peru e salame, por exemplo), dieta rica em alimentos ultraprocessados, tabagismo e consumo excessivo de álcool.

“O câncer de cólon só causa sintomas importantes quando já está estabelecido, mais avançado. Aí, nesse caso, vai causar sangue nas fezes ou exame de pesquisa de sangue oculto nas fezes positiva, dor abdominal, alteração no hábito intestinal (constipação ou aumento da frequência), anemia, estufamento abdominal, perda de peso sem alteração da dieta”, explica a médica.

Tratamento realizado

Quando o diagnóstico é feito, o tratamento pode ser endoscópico, via colonoscopia, quando se trata de um câncer bem precoce. “Em lesões mais avançadas, o tratamento é cirúrgico. Realizamos a retirada do segmento do intestino comprometido pelo tumor, com os linfonodos, ínguas que estão a redor. Esse procedimento pode ser realizado por videolaparoscopia, cirurgia com menores incisões no abdome em que operamos dentro do abdome com auxílio de uma câmera. Podem ser necessários tratamentos complementares com quimioterapia e radioterapia. No câncer de reto mais próximo da borda anal especificamente, podem ser realizados antes da cirurgia em muitos casos”, aponta a especialista.

Quanto mais cedo identificado, maior é a chance de cura. Para lesões precoces, por exemplo, a estimativa é de uma taxa de cura de mais de 90%.

Importância da prevenção

De acordo com a especialista do HSJosé, o câncer de cólon pode ser evitado quando exames preventivos são realizados de maneira adequada. “A recomendação é realizar um exame de colonoscopia a partir dos 45 anos, mesmo para pessoas que não tem sintomas e com intestino que funciona bem. Quando o exame é normal, ele é repetido a cada 10 anos. Quando encontramos algum pólipo, que são as lesões causadoras do câncer, realizamos a retirada durante a colonoscopia, e o intervalo entre os exames será definido de acordo com características do pólipo como o tamanho e a celularidade na análise do pólipo retirado”, analisa.

Já quando a pessoa tem história familiar de algum parente próximo com câncer abaixo dos 50 anos, a recomendação é que a primeira colonoscopia seja realizada 10 anos antes da idade do diagnóstico do familiar, exemplo: pai da pessoa teve câncer de cólon aos 42 anos, então, aos 32 anos, todos os familiares próximos devem fazer um primeiro exame e quando normal, manter a frequência a cada cinco anos.

“Para que esse aconselhamento seja correto, todas as pessoas com história familiar importante, precisam ter o acompanhamento de coloproctologista e para as demais, sem história familiar, a partir dos 45 anos, deve ser realizada uma consulta para essa prevenção. Podemos realizar exame de pesquisa de sangue oculto nas fezes no check-up anual, exame laboratorial simples com uma amostra de fezes, se positivo, é indispensável a colonoscopia, que ainda é o exame mais efetivo para que possamos evitar essa doença que é sim, evitável”, esclarece a médica.

Saiba mais:

O HSJosé Criciúma conta com um serviço especializo para a realização dos exames que previnem o câncer, bem como no apoio ao tratamento, caso o paciente tenha um diagnóstico positivo para a doença.

 

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