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CÉLIO BOLAN: A revolução da renovação política

Chega um tempo que não adianta mais fazer diagnóstico do fracasso, da falência, do horror e este tempo chegou. Diante ainda da corrupção institucionalizada mais que assistimos, antes de apontar de quem é a culpa, chegou a hora de perguntarmos o que fazer?  A democracia representativa é uma estrada de duas mãos, se de cima para baixo, dos palácios republicamos para as ruas a via parece estar com inflamação crônica… é de baixo para cima que o sangue novo tem que circular, da sociedade para os poderes públicos.

Novas gerações vêm atuando em ação da renovação da politica. Há mais de 200 movimentos afins, como Nova Democracia, MBL, Nós, Nossas, Muitas, Votem nelas, Transparência partidária, Quero Prévia, frente favela Brasil, Bancada ativista, Brasil 21 e…..Muitos gostariam de lançar candidatos independentes por partidos estabelecidos e se inspiram no Presidente da França Emanuel Macron, outros preferem a pressão da sociedade sobre os tomadores de decisão. Enfim a juventude, a mobilização pela internet e o desafio de fazer outros jovens gostarem de politica. Os cidadãos comuns precisam entrar no território da politica porque os anseios e necessidades não estão sendo representados.

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A conexão dos movimentos cívicos e partidos como se ajustam. Explico. Acredito que ainda é um jogo de tentativas e erros, são novas formas de fazer politicas que vão surgindo ao longo do tempo e que vão se acomodando, algumas vão prevalecendo, outras não vão se ajustando no jogo politico. Enfim, a gente precisa tentar. É que o legal da politica que dá para criar. O papel dos movimentos tem seus valores e objetivos tipos: Movimentos de capacitação da liderança (Raps, Renovabr e alguns mais) e outros movimentos são de mobilização, movimentar as pessoas para ir as ruas pressionarem, pedir melhorias e provocar mudanças. Outros são movimentos de agenda e temas como o Agora e o Acredito. Eu penso que cada um deles tem o seu lugar. Vejo que a democracia permite que estes movimentos cresçam e ressignifique a politica. Alguns com mais ênfase, outros com mais vitórias, mas creio ser saudável ter estes muitos movimentos dando outra opção de transmutar a politica.

Não sem os partidos, não para atacar os partidos ou ocupar o espaço dos partidos, mas aprender como fazer junto, revigorar este sistema. A democracia (na real é um serviço público da política), a gente tende  a achar que é um prédio pronto, acabado, quando a gente pensa em democracia pensa no Congresso Nacional. Eu prefiro ver a democracia como uma floresta, muito mais como uma floresta amazônica do que o palácio da Agronômica. Por que a floresta?, Assim como a democracia é viva demanda cuidados, não é estático, não tá pronto e acabada, ela se recicla a todo o momento, das folhas das árvores que caem que vão virar adubo para uma alamanda ou roseira, que dá agua para outra coisa, ou seja, um sistema complexo, intrincado e não estático. Acredito que os movimentos são isso: são arvores alguns arbustos em fazem sombra, uns ajudam a fazer lenha quando caem. Cada um tem o seu papel.

Eu acredito que o mais importante é a gente cuidar dessa floresta quer seja como movimento quer não quer seja como partido. Então pegando os partidos, os partidos nesta floresta são as árvores maiores, as árvores mais enraizadas, mas ao mesmo tempo as mais rígidas, são as mais difíceis de mover em ventanias, como estas ventanias que a gente tem passado aqui pelos últimos anos. Mas ao mesmo tempo essas arvores mais antigas, mais enraizadas, mais rígidas são importantes para equilíbrio da floresta inteira.

Iniciativas como Acredito, Agora, Livres, Ocupa Política, Frente favela Brasil, Raps e Renovabr devem revigorar pleito de 2020. Eles não são partidos políticos, mas prometem mudar as eleições de 2020: Os movimentos devem ajudar na ascensão de novos rostos ao poder, assim como ocorreu em 2018. Uma reportagem do Estadão mostrou que essas iniciativas atuaram na eleição de 54 políticos nas últimas eleições – 30 deles no Congresso Nacional. Para este ano, a expectativa é renovar os poderes executivo e legislativo municipais. A maioria deles surgiu na esteira das manifestações de junho de 2013 e da turbulência política no Brasil nos anos seguintes. Um levantamento preliminar mostra que existem ao menos 71 pré-candidatos ligados a grupos de renovação que trabalham para viabilizar suas candidaturas a vereador e prefeito. Suscintamente saiba quem é e como atuam algumas das iniciativas de renovação política que devem atuar nas eleições deste ano:

Acredito

O grupo tem como lideranças pessoas jovens, que nunca foram eleitas e defende a renovação do Congresso. Tem como prioridade superar as “profundas desigualdades” do país, que considera ser a principal barreira a ser superada para que o Brasil tenha um “projeto de país mais estável, justo e desenvolvido”. Hoje o movimento está presente em 19 Estados, com cerca de 7 mil voluntários. É financiado apenas por doações de pessoas físicas.

Em 2018, o Acredito promoveu formações locais para 28 pessoas em 13 Estados. Quatro se elegeram: Renan Ferreirinha (PSB-RJ), deputado estadual; Tabata Amaral (PDT-SP) e Felipe Rigoni (PSB-ES), deputados federais; e Alessandro Vieira (Cidadania-SE), senador.

 Agora!

O grupo pretende “renovar a política a partir do engajamento dos cidadãos comuns” e se identifica como um movimento de ação política com base na sociedade independente, plural, sem fins lucrativos e sem vinculação partidária. O grupo reúne estudos que ajudem no diagnóstico dos problemas nacionais e conta com um painel de especialistas para apurar a visão das questões e sugerir estratégias de enfrentamento.

O movimento é financiado por pessoas físicas (Luciano Hulk é um deles) e entidades sem fins lucrativos. O Agora acredita em um Brasil “mais humano, simples e sustentável” e na construção de um Estado eficiente que reduza desigualdades e garanta o bem-estar de todos os cidadãos.

O Agora também incentiva seus associados a realizarem encontros para dialogar sobre a agenda do grupo. Segundo o movimento, são 2 mil membros espalhados pelo País em 17 estados da federação.

Livres 

Se considera um movimento liberal suprapartidário. “Não vamos arrendar nosso projeto à velha política de aluguel”, anunciaram integrantes do Livres à época. O movimento promove eventos, webnários e fóruns de discussão online sobre variados temas.

Lançou o projeto Nabuco, série de eventos pelo Brasil que promovem a formação de lideranças. Associados com experiência em campanhas eleitorais, ações de ativismo e engajamento de pessoas ajudam na consolidação de novas lideranças. O Livres é financiado por pessoas físicas e jurídicas.

Ocupa Política 

Tem origem em outros movimentos, como Muitas (MG), Bancada Ativista (SP), Chama (RJ) e Agora é com a gente (PE). É uma “confluência de organizações, coletivos da sociedade civil” e 16 “mandatos-ativistas”. Atua como uma rede de intercâmbio, fortalecimento e formação de novos protagonistas.

O foco é específico em ativistas sociais e candidaturas progressistas. Entre os princípios do movimento estão à redução das desigualdades, o fim da guerra às drogas e o compromisso contra toda forma de preconceito e violência. Para se mantiver, o Ocupa Política faz campanhas de financiamento coletivo e recebe recursos de fundações.

Raps

Mais antiga da lista, a Rede de Ação Política pela Sustentabilidade é uma “organização suprapartidária” fundada em 2013 atua na “formação, conexão, apoio e desenvolvimento de lideranças políticas”.

A rede reúne mais de 600 membros ao redor do Brasil pertencentes a 29 partidos políticos. “Oferece o Programa Líderes Raps, formação gratuita de líderes políticos”. Um dos diferenciais é a sustentabilidade como um dos eixos da formação.

A seleção de participantes é realizada anualmente. As atividades da Raps são mantidas por doações de pessoas físicas e de pessoas jurídicas sem fins lucrativos. Em Santa Catarina Rodrigo Coelho e Ana Paula da Silva fazem parte dos eleitos pelo movimento.

RenovaBR

Se denomina a “a maior escola de democracia do Brasil”. Foi fundado em 2017 com a missão de “preparar gente comprometida e realizadora para entrar na política”. É uma organização sem fins lucrativos mantidos por doações de pessoas físicas e entidades filantrópicas.

O curso oferecido pelo RenovaBR é gratuito e dividido em aulas a distância e encontros presenciais. Entre os temas abordados estão ética, liderança, papel do Estado, dinâmica institucional e comunicação política.

Em 2018, o RenovaBR contribuiu para eleger 17 parlamentares em todo o País, 10 deles no Congresso Nacional. Entre eles estão Tabata Amaral, sexta mais votada do Estado; Joênia Wapichana, primeira mulher indígena eleita para a Câmara dos Deputados; e Felipe Rigoni, primeiro deputado federal cego do Brasil.

O RenovaBR foca em pessoas que nunca foram eleitas e tem por objetivo prepará-las para entrar na política. O movimento contabiliza mais de 6 mil voluntários, que “doam seu tempo, conhecimento e recursos para preparar pessoas comprometidas e realizadoras para entrar na política”. Gabriel Azevedo é sua maior promessa na politica do Estado de Minas Gerais, eleito pelo PHS com mais de 10.000 votos em Belo Horizonte.

Frente Favela Brasil

Na fila para se tornar um partido, a Frente Favela Brasil tem como prioridade o combate às desigualdades e “construção de um projeto de oportunidades, a partir do qual todos possam ocupar um espaço digno de sua humanidade”. Foca em candidatas e candidatos negros, moradores da favela e periferias.

E nossa região passou a hora de entrar no jogo da politica através dos movimentos. Em 2021 teremos um curso de formação de Lideres em Criciúma, o nome em estudo. E para nos acostumando teremos ainda antes da eleição LIVE´s com o jovem Gabriel Azevedo, futuro promissor em Minas Gerais e, contatos feitos e aceitos, ajustando o dia e hora com a agenda dele. E a próxima será Thabata do Amaral, Deputada federal pelo Movimento Agora.

Por Celio Bolan – Estratégias fora do óbvio

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