Vivemos em uma era de abundância de informação, onde o acesso à notícia está ao alcance de um clique. No entanto, essa abundância nos traz uma reflexão, de que em todo excesso há uma falta. Embora haja inúmeras fontes, há também a falta de veracidade, densidade e criticidade. Navegando nesse mar caótico de (des)informação, o que vemos são pessoas afogadas na ignorância e disseminando informações rasas, resultando em uma sociedade cada vez mais propensa à ignorância, de outro lado, existem profissionais e empresas utilizando-se comercialmente, por meio das mídias, alimentando essa espiral de superficialidade e lucrando com isso. Existe um ponto comum entre todos esses atores: o desejo pela atenção.
A atenção, a minha e a sua, é ativo de maior competição entre as marcas na atualidade, especificamente no mundo corporativo, a atenção é um ativo valioso. As empresas competem ferozmente pela atenção do público, e isso muitas vezes se traduz em estratégias que privilegiam o sensacionalismo e o entretenimento em detrimento da profundidade e da precisão das informações. O resultado é um ciclo vicioso, onde a busca por cliques e visualizações leva à produção de conteúdo superficial e até enganoso, e que coloca pessoas em risco – inclusive mentalmente.
As redes sociais, em particular, desempenham um papel central nesse jogo comercial. Algoritmos projetados para maximizar o engajamento muitas vezes favorecem o conteúdo que desperta reações emocionais fortes, promessas milagrosas, independentemente de sua veracidade ou relevância. Isso cria um ambiente propício para a propagação de notícias falsas e teorias da conspiração, gerando dúvidas e caos mental nos usuários. Quem nunca ficou desconfortável ou depreciando seus talentos e qualidades após assistir alguns stories dos gurus perfeitos?
Em um mundo inundado por informações superficiais e tendenciosas, a capacidade de discernir entre o que é verdadeiro e o que é falso torna-se uma habilidade crucial – aliás, um diferencial. No entanto, essa habilidade está se tornando cada vez mais rara, à medida que as pessoas se acostumam a consumir conteúdo de forma passiva, sem questionar sua fonte e forma de pesquisa. E afinal, como combater essa situação?
Obviamente que as redes e canais de informações são valiosos, se os utilizarmos de forma madura e crítica e um dos comportamentos que nos ajudarão a transitar nesse cenário é por meio do autoconhecimento, reconhecendo nossos próprios vieses e preconceitos e a partir deste ponto, que estejamos abertos a considerar diferentes pontos de vista e reavaliar as próprias crenças à luz de novas informações e não apenas de percepções. Além disso, torna-se vital aprender a selecionar o que é realmente relevante e o que merece sua atenção, lembre-se, muitos a estão desejando. Afinal o excesso de informação também pode ter um impacto negativo na saúde mental, causando estresse, ansiedade e até mesmo exaustão e ou aumentando sua distração.
É importante ressaltar que o desconforto causado pelo excesso de informação não deve ser ignorado, mas sim levado a sério, é um convite para que você canalize sua atenção no que realmente importa: você. Aliás, canalizar demais sua atenção ao meio externo já é em si um sinal de atenção para todos nós, do que fugimos? Pense nisso!