Recentemente comemoramos o Dia das Crianças, data que nos remete a reflexões interessantes sobre nossa vida atual, mas principalmente sobre o adulto que, diariamente, escolhemos ser. Você se recorda de como era quando criança? Do que gostava de fazer? Como se comportava em situações difíceis ou divertidas? Essas perguntas vão nos ajudar a refletir para que, posteriormente, possamos fazer um resgate da nossa criança interna. Importante? Sim! Me arrisco a dizer que esse resgate é fundamental.
O mundo adulto é cheio de obrigações, de máscaras necessárias, algumas até exigidas em função das carreiras escolhidas ou impostas pelo meio social. Em meio a tantas responsabilidades e obrigações, perdemos uma característica fundamental que sua criança com certeza possuiu: a espontaneidade. Ser espontâneo significa desembaraçar as situações complexas com muita facilidade. Quer um exemplo? Aqui vai: “tia, o que é 360º”, perguntou meu sobrinho, de cinco anos, há algum tempo. Lembro de ter tentado balbuciar algumas respostas, sem sucesso, até que ele me surpreendeu: “ahhhh, já sei! É uma rosquinha”.
Bingo! Vejam como a espontaneidade e a simplicidade de uma criança podem nos ajudar a desvendar mistérios, resolver problemas, transformar nosso olhar para descomplicar situações, entender o intangível, viver de forma mais leve. Mas será que existem formas de resgatar nossa espontaneidade? A resposta é sim! Como? Trago algumas sugestões: Pense como uma criança! – Pensar como criança significa minimizar sua preocupação com os julgamentos alheios. Diminuir a sua preocupação com o que os outros pensam sobre você irá ajudara reduzir as interferências internas, que são bloqueios impostos por nós e que colocamos em nossa vida. Esses bloqueios se apresentam através do nosso diálogo interno, aquelas conversinhas que temos em nossa mente e que podem nos ajudar ou nos impedir de muita coisa. Pensar como criança significa treinar a sua conversa interna para que o diálogo torne-se positivo e encorajador.
Esse é um treino que deve ser diário! – Questione o mundo – As crianças são questionadoras por natureza. Porque sim e por que não fazem parte do vocabulário dos pequenos desde cedo. Inserir em nosso cotidiano mais pontos de interrogação nos ajuda a sermos mais criativos, divertidos, a encontrar respostas até então desconhecidas. Arrisco-me a dizer que a cada questionamento há uma distensão de nosso cérebro, já que o convidamos a refletir sobre o desconhecido. Isso ajuda na formação de novas ideias e insights. Ser questionador é uma forma de apresentar novas respostas e, consequentemente, encontrar uma versão melhor de você mesmo. – Divirta-se – Você consegue lembrar do quanto se divertia em sua infância? Das férias na casa dos avós, das brincadeiras? Não existe criança sem diversão e sabem por quê? Porque criança tem estado de presença, o momento vivenciado é intenso, é vivido com toda a entrega e, naturalmente, há registro emocional envolvido, por isso você recordou bem das perguntas feitas acima.
E no mundo adulto? Como se divertir? Cada um deve encontrar a sua resposta, mas uma dica é começar reservando um espaço para sair da rotina. Uma viagem no fim de semana, um passeio em um jardim durante a manhã, um almoço diferente. Cabe a cada um determinar a atividade dentro de suas próprias possibilidades e limitações. O mundo adulto não precisa ser feito só de responsabilidades, nossa criança interna grita por diversão. E então, como seria se, a partir de hoje, você escolhesse alimentar sua criança interna? Sim, isso é uma escolha! Meu convite é para deixarmos os adultos frustrados de lado, aqueles que adoram reclamar de tudo, estão sempre de mau humor, de mal com a vida. As crianças não arrumam culpados, nem desculpas, ela vive plenamente.
Pense nisso!