Recorrer à imagem pessoal para comunicar-se com o público é agir com perspicácia. Torná-la um forte ponto de conexão e afinidade expande o alcance da mensagem e atinge as pessoas sob mais de um ângulo. Só é fundamental ser genuíno e não vestir-se de um personagem.
Personagens não se sustentam por muito tempo.
A coerência no modo de usar a própria imagem para dialogar é que irá assegurar a credibilidade. Mostrar que é autêntico reafirma a intenção de que o que expressa é digno de confiança.
A narrativa visual aliada ao comportamento, à postura e aos gestos reforça o posicionamento. Não é só falar, é preciso que a fala seja coerente com o que diz a comunicação visual.
Um político tem que aprender a falar através do que decide vestir. Roupas falam e são excepcionais em propagar mensagens. Também podem fazer denúncias e serem usadas como veículos para manifestação de opiniões, expressando imageticamente posicionamentos políticos.
A roupa permite expressar personalidade, identidade, referências étnicas e culturais, afetivas e causas sociais.
O vestir também deve ser um instrumento político.
Trazer a narrativa pessoal para a comunicação política permite amplitude de discurso.
É muito além de um “vestir-se bem”, é um vestir para impactar e comunicar. Tudo precisa fazer sentido. Quando a imagem também confirma a intenção dos gestos ou palavras, a intenção ganha profundidade e crédito.
A comunicação feita pela imagem pessoal é rica em significado, ela consegue ativar emoções e permanecer gravada na mente das pessoas. E esta identificação com o público torna mais poderoso o laço que os une.
Fale todos os dias utilizando o código visual a seu dispor. Afinal, a imagem pessoal é um dos canais mais poderosos de comunicação, ativado antes que qualquer palavra seja dita.
Aline Savi é advogada, consultora de imagem, especialista em imagem na política, consultora de etiqueta e pós-graduada em marketing político e comunicação eleitoral. Nesta coluna semanal fala sobre imagem e comunicação política.
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