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Elefante marinho dá a luz em praia de Garopaba, fato inédito no Brasil

Animais são monitorados pelo Instituto Australis

Uma ocorrência inédita em todo o território brasileiro foi registrada em uma praia de Garopaba. Uma fêmea de elefante marinho (Mirounga leonina), acompanhada de um filhote recém-nascido, foi encontrada pelo Instituto Australis, que executa o Trecho 2 do Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos (PMP-BS).

Há dois indicativos de que o filhote nasceu no litoral catarinense: a mãe já havia sido identificada de forma solitária no dia anterior em uma praia próxima e as características do filhote, recém-nascido, pressupõe que o nascimento pode ter ocorrido durante a noite de quinta-feira (10) ou madrugada de sexta (11).

O nascimento de um filhote de elefante marinho nunca havia sido registrado no Brasil. O monitoramento da ocorrência conta com o apoio da equipe médico-veterinária do PMP-BS/ Udesc, responsável para execução do Trecho 1 do projeto, que realizou a aferição de temperatura e comportamento dos animais e seguirá acompanhando o caso.

O elefante-marinho-do-sul se distribui principalmente nas águas geladas do Polo Sul, próximo a convergência Antártica. Os nascimentos ocorrem naquela região e na costa da Argentina. Não é comum o aparecimento desta espécie no Brasil, normalmente são animais que dispersam fora da rota de migração e acabam parando por aqui por engano.

As fêmeas desta espécie chegam à maturidade sexual em torno dos 4 anos de idade, podem chegar a 3 metros de comprimento. Os filhotes nascem com média de 45 quilos, e vão engordando rapidamente com a amamentação, em função do leite rico em gordura. Normalmente a mãe amamenta o filhote por cerca de 20 dias, período durante o qual ela fica exclusivamente com o filhote e não se alimenta. Isso faz com que percam bastante peso. Após este período a mãe desmama abruptamente o filhote e segue para mar. Já o filhote ainda fica em terra em torno de 2 meses, em jejum, antes de iniciar sua primeira migração para buscar alimento.

De acordo com a Associação R3 Animal, executora do Trecho 3 do PMP-BS, o resgate ou remoção deste tipo de animal do local não é viável em função do tamanho da fêmea e da presença do filhote, o que tornaria uma operação de remoção arriscada tanto para os animais quanto para a equipe de resgate. Sendo assim, é fundamental que a fêmea tenha tranquilidade e segurança para cuidar do recém-nascido, durante o tempo de permanência no local, por isso pedimos compreensão e apoio da comunidade, para não se aproximar buscando manter uma distância de pelo menos 50 metros e não deixar animais domésticos chegarem ao local. O contato para acionamentos a este tipo de ocorrência pode ser feito pelo número 0800-642-3341.

A realização do Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos (PMP-BS) é uma exigência do licenciamento ambiental federal, conduzido pelo Ibama, para as atividades da Petrobras de produção e escoamento de petróleo e gás natural na Bacia de Santos.

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