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Dia Nacional do Teatro: há mais de 50 anos, Palhaço Biriba se dedica à arte no palco

Artista fez a primeira apresentação em 1969, aos sete anos de idade

Geraldo Santos Passos é uma das figuras mais reconhecidas do circo-teatro no sul do Brasil. O nome, porém, pode passar desapercebido para quem acompanha o trabalho do artista. Para a maioria das pessoas, ele é conhecido como Palhaço Biriba.

No Dia Nacional do Teatro, 19 de setembro, Passos relembra mais de cinco décadas interpretando o personagem. A carreira dele começou ainda na infância, quando acompanhava seu pai, o palhaço Biriba original, em apresentações por diversas cidades. Desde então, o palco e o riso se tornaram a vida do artista.

“A minha primeira apresentação foi em 1969, aos sete anos de idade no espetáculo ‘O garoto e o general’. Cinco anos depois, já com 12 anos, iniciei a carreira como palhaço e até hoje exerço com muito amor essa profissão”, destaca Biriba.

Com mais de 80 peças no repertório, a história do Circo de Teatro Biriba é marcada por espetáculos que encantam públicos de todas as idades, levando alegria e ensinamentos por meio do humor simples e envolvente. “Me sinto homenageado por fazer parte desta arte tão antiga de manifestação artística em nosso país, mesmo ainda sendo pouco valorizada. Tenho cada espetáculo como especial, todos são marcantes, porque cada um tem a sua peculiaridade. Minha vida é pelo circo e pelo teatro”, pontua.

Foto: Divulgação

Desafios para manter a tradição

Neste Dia Nacional do Teatro, o Palhaço Biriba simboliza a persistência de uma arte que, apesar dos desafios, continua encantando gerações e renovando sua importância como ferramenta de cultura e entretenimento. “Enfrentamos diariamente dificuldades, mas não desistimos. Desde chegarmos em uma cidade, arrumar terrenos, espaços (clubes, salões paroquiais), pagar todas as taxas, isto, claro, falando quando queremos instalar a nossa casa de espetáculos. Óbvio que não generalizo, mas existem cidades que não nos veem como um instrumento cultural e, sim, como caça niqueis. Infelizmente”, ressalta.

Uma das formas mais tradicionais de entretenimento, o Circo de Teatro Biriba precisou se reinventar ao longo dos anos, mas mantém viva essa tradição da comédia e interação com o público. “Tenho 54 anos de profissão e 61 anos idade e sei que o teatro desempenha um papel importante na educação e formação cultural das crianças e jovens. O teatro é forma lúdica de aprendizagem na educação infantil”, pontua Biriba.

Prova disso, é o Projeto “Sementes do Futuro” que está em apresentação no momento, em várias cidades da região sul de Santa Catarina. “Estou adorando apresentar para as crianças. É a minha forma de contribuição em conscientizar para cuidar e preservar nosso planeta, e de um jeito leve, divertido, com muitas gargalhadas e provocando neles uma reflexão”, completa.

Foto: Divulgação

O legado do Biriba

Além do palhaço Biriba, Geraldo Passos é ator, diretor teatral, diretor de produção, dramaturgo e músico. O Circo de Teatro do Biriba já percorreu os estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná, Mato Grosso e Rondônia e Minas Gerais. Já participou do Festival Internacional de Teatro de Belo Horizonte e do Domingão do Faustão no quadro O Melhor do Circo 2007.

Além disso, conquistou várias premiações e homenagens, entre eles três prêmios Carequinha/Petrobrás de Estímulo ao Circo e a Medalha do Mérito Cultural Cruz e Souza pelos relevantes serviços prestados à cultura do Estado de Santa Catarina 2023.

Geraldo Santos Passos é filho de Geraldo Passos e Alzira Santos Passos (in memorian), a Suzi. Biriba tem dois irmãos, também já falecidos. É casado com Leila Simionato, e tem três filhos, Samarina, Samira e Vitório.

“Para compreender o que é viver no circo, é preciso lembrar que o povo circense, que o seu trabalho, a apresentação de seu espetáculo e que, para apresentá-lo, ele leva de cidade em cidade a sua própria casa de espetáculo e as acomodações do público. Seu trailer, motorhome é sua moradia. A essência do nosso povo consiste em sempre viajar. E apesar de todas as dificuldades que encontramos vale a pena, pois podemos levar nossa arte a todos os lugares e assim, exercer nossa profissão”, acrescenta Biriba.

Foto: Divulgação
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