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“Consegui tudo que queria fazer e ainda encerro na minha casa”, diz Eder ao anunciar aposentadoria

Atacante do Criciúma, revelado pela base, após trajetória de projeção internacional, com passagem na Seleção da Itália, despede-se do futebol profissional neste sábado, dia 03, em partida contra o Atlético MG, no Majestoso

Quando Eder Citadin Martins fez sua estreia como jogador profissional no time principal do Criciúma, em dezembro de 2004, o mundo havia testemunhado uma série de acontecimentos devastadores como foi o tsunami que atingiu a Ásia e o furacão que assolou Santa Catarina. No esporte o calendário data cenas tristes, inusitadas e improváveis e é cravado como o ano da zebra no futebol.

No Brasil, o Santo André ganhou a Copa do Brasil, na América do Sul, o Once Caldas ficou com a Libertadores, e na Europa, o Porto faturou a Liga dos Campeões, e a Grécia, a Eurocopa. Foi também em 2004 que um ex-padre português segurou Vanderlei Cordeiro de Lima na Maratona das Olimpíadas de Atenas. Naquela estreia, Eder deixou o banco de reserva no segundo tempo, no jogo em que acabou empatado em casa, em 3 x 3 com o Coritiba, com o Criciúma já rebaixado à série B.  Do cenário exposto, foram 20 anos de uma trajetória que em nada serviu, a não ser como coragem, ao garoto de Lauro Muller, então com 18 anos, a dar início a uma das carreiras mais exitosas do futebol brasileiro e que será findada, oficialmente neste sábado, dia 04, onde tudo começou: no estádio Heriberto Hulse.

Será diante do Atlético-MG a última partida do atacante, revelado pela base do Criciúma, como atleta profissional, mas antes, na manhã desta terça-feira, dia 30, ele fez o anúncio oficial de sua aposentadoria. “Hoje é um dia especial, comunico a vocês que tomei a decisão de sábado, contra o Atlético-MG, fazer a minha última partida como atleta profissional e como jogador do Criciúma. Isso levou algum tempo, desde antes do jogo contra o Botafogo eu externei a minha vontade ao presidente. Do sacrifício que estava fazendo para chegar nos jogos do modo que eu gostaria. Depois do jogo contra o Corinthias, tive uma reunião com o mister Tencati e isso foi amadurecendo até eu chegar nessa decisão”, disse em coletiva à imprensa.

Realizado

Visivelmente lutando contra o misto de emoções que carregaram o momento, após vestir 100 vezes a camisa que o levou a carreira de projeção internacional, Eder estava confortável ao falar sobre o desfecho do filme que iniciou com os primeiros chutes pelas ruas de Lauro Muller. Eder deixou o Criciúma em 2005 com destino ao futebol italiano, onde fez grandes passagens pela Sampdoria e Internazionale. Naturalizou-se italiano e defendeu a seleção italiana.

Em fevereiro de 2023 ele retornou ao clube que o projetou e neste um ano meio conquistou o bicampeonato estadual, a Recopa Catarinense e o acesso à Série A.”O filme da minha carreira não poderia ser melhor. Comecei aqui, girei muito, 13, 14 anos fora do Brasil, pra hoje o filme estar encerrando da melhor forma possível. Foi intenso esse ano e meio. Em pouco tempo consegui, junto ao grupo, coisas que eu nunca poderia imaginar. A todos dentro do clube e a torcida maravilhosa que me recebeu, é um final que deixa meu coração tranquilo. Entreguei o máximo que poderia entregar. Consegui tudo que queria fazer e ainda encerro na minha casa”, sublinhou.

 

O atacante fez o anúncio aos familiares no final de semana e ao grupo nessa segunda-feira, dia 29, após a importante vitória fora de casa,por 2 a 1, diante do Juventude. “Foi difícil, me emocionei, mas estou com o coração leve. Esse elenco, o modo como me receberam, me abraçaram foi muito importante. Este grupo é muito humano e sempre me tratou com carinho e respeito”, comentou. O atleta fez questão de destacar que o momento é especial para ele, mas que as atenções estarão voltadas para o próximo duelo. “É especial para mim, mas não é festa. Será um jogo difícil e será sempre o elenco, o grupo, o time na frente e não o individual”, pontuou.

Futuro

A cautela do atleta ao falar sobre o futuro da carreira, com a possibilidade de ser dirigente do Criciúma foi quebrada pelo presidente do Clube, Vilmar Guedes ao fazer o convite, publicamente, ao final da entrevista coletiva, para que ele assuma o cargo de Superintendente de Futebol. “Em 2002 quando eu fui na tua casa e te fiz a proposta para voltar e ajudar a recuperar a hegemonia no futebol catarinense e voltar para a série A, tu não estava me ouvindo apenas por educação, tu estava sonhando junto e para que o meu sonho se concretize eu espero que tu diga, depois do jogo contra o Atlético-MG, que aceitará a assumir a superintendência de futebol”, disse o presidente ao atleta.

A entrevista completa está disponível no vídeo abaixo:

 

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