Baleia encalha em Jaguaruna e mobiliza forças de segurança e órgãos ambientais
Animal está em zona de arrebentação desde essa quinta-feira, dia 13, na praia de Campo Bom
O encalhe de uma baleia da espécie bryde (Balaenoptera edeni) mobiliza o Protocolo de Encalhes da APA da Baleia Franca/ICMBio desde a manhã dessa quinta-feira , dia 13, na praia do Campo Bom, em Jaguaruna. A informação chegou pro meio de um pescador parceiro do projeto, que localizou o animal e informou o ProFRANCA/Instituto Australis e a Polícia Militar Ambiental de Laguna. Em seguida, a Polícia Ambiental, a ONG Educamar e a equipe da APABF (Área de Proteção Ambiental da Baleia Franca), que fazem parte do Protocolo, iniciaram os primeiros atendimentos.
Ao fim da tarde de quinta foi planejada uma tentativa de resgate, com apoio de uma embarcação de pesca local e de uma moto aquática. Apesar do esforço, não foi possível realizar o resgate. Uma nova avaliação está em curso nesta sexta-feira, dia 14. “Trata-se de um animal jovem, com aproximadamente sete metros de comprimento”, informa Karina Groch, diretora do ProFRANCA, sediado em Imbituba, cujo trabalho conta com patrocínio da Petrobras.
A avaliação veterinária inicial, realizada pelo LabZoo/Udesc, mostrou que estava com boa respiração e condição corporal. Ao longo da quinta-feira, o animal teve sua frequência respiratória monitorada e mantido molhado, já que a incidência de sol pode provocar queimaduras na pele. O trabalho foi realizado pelas equipes do Protocolo, com o auxílio do Corpo de Bombeiros, de voluntários e da comunidade local.
Baleias Bryde
As baleias Bryde são grandes – o tamanho máximo registrado oi de 15,5 metros e elas podem pesar até 26 toneladas. Já os filhotes nascem com cerca de quatro metros, podendo chegar a 700 quilos. As fêmeas são maiores que os machos. E uma característica marcante é que possui três quilhas na cabeça. A coloração normalmente é de um padrão de cinza escuro, com o ventre mais claro. Esses animais normalmente viajam solitários ou em pequenos grupos, já que não realizam migrações. É a única dentre os balenopterídeos que vivem exclusivamente em águas tropicais e temperadas. E é relativamente comum o encalhe desses animais na costa do Brasil. Atualmente é uma das poucas espécies de baleias que não está com risco de extinção.
A coordenação do Protocolo de Encalhes e Emalhes é formada pela APA da Baleia Franca/ICMBio, Instituto Australis, Associação R3 Animal, Universidade do Estado de Santa Catarina/UDESC, Museu de Zoologia Professora Morgana Cirimbelli Gaidzinski da UNESC, Corpo de Bombeiros, Capitania dos Portos e Polícia Militar Ambiental que trabalham em parceria para o atendimento de encalhes e emalhes na região da APA.
O ProFRANCA – Projeto Franca Austral – é realizado pelo Instituto Australis e conta com patrocínio da Petrobras e do Governo Federal, por meio do Programa Petrobras Socioambiental.