No turbilhão da vida cotidiana, muitas vezes nos perdemos nas nuances da rotina, na correria incessante, esquecemo-nos de que somos seres finitos. No entanto, há momentos em que somos confrontados com essa verdade inegável – um acidente, uma doença, uma perda -, e é nesses momentos que a vaidade, tão presente em nossa sociedade, se dissipa, e a fé, seja ela religiosa ou na humanidade, floresce.
Recentemente, precisei ser hospitalizada, um evento que me fez encarar de frente minha própria finitude. Nesse período de recuperação, mergulhei em uma profunda reflexão sobre a vida, as emoções e a importância das pausas necessárias. Esse despertar para a finitude é uma jornada compartilhada por muitos que enfrentam situações semelhantes.
A vaidade, muitas vezes, nos distancia da verdadeira essência da vida. Preocupamo-nos tanto com a imagem que projetamos para o mundo, com nossas conquistas materiais, com a busca incessante pela juventude eterna, que nos esquecemos do que realmente importa: os laços que tecemos com aqueles que nos rodeiam. Quando somos confrontados com a finitude, percebemos quão fútil é essa busca desenfreada pela perfeição externa.
É também nesses momentos de vulnerabilidade que a fé se torna um refúgio, seja ela uma fé religiosa ou simplesmente a fé na capacidade de amor e solidariedade entre os seres humanos. É a fé que nos sustenta quando tudo parece desabar, que nos dá forças para enfrentar os desafios que a vida nos apresenta. Ao experimentarmos nossa própria fragilidade, percebemos a importância de cultivar relacionamentos genuínos, de expressar amor e gratidão, de estender a mão a quem precisa. São gestos simples, mas que carregam consigo um imenso poder transformador.
As pausas necessárias na vida tornam-se mais do que um luxo, mas uma urgência. Precisamos parar de vez em quando, respirar fundo, nos reconectar com nós mesmos e com aqueles que amamos. São nesses momentos de pausa que encontramos a clareza necessária para enxergar o que realmente importa e para nutrir nossa fé na vida e no futuro.
Portanto, que possamos aprender com as experiências da vida e, ao confrontarmos a finitude, encontremos na simplicidade, na fé e no cuidado mútuo o verdadeiro sentido da vida. Que possamos deixar de lado a vaidade e abraçar com amor e compaixão aqueles que nos rodeiam, pois é nesse cuidado mútuo que reside a verdadeira essência da existência humana.