Notícias de Criciúma e Região

Conheça a Travessia do Parque Estadual da Serra do Tabuleiro com o Sul em Trilhas

A travessia do Parque Estadual da Serra do Tabuleiro ou simplesmente Travessia do Tabuleiro é o trekking mais desafiador do nosso estado em cerca 35 km de montanhas no maior parque estadual em extensão de SC trajeto entre São Bonifácio e Santo Amaro da Imperatriz.

Vou contar um pouco como foi nosso carnaval nessa travessia, mas já informo que é um trekking que deve-se fazer no inverno pelas condições climáticas e animais peçonhentos (principalmente as jararacas) que ocorrem no verão.

Iniciamos a travessia no domingo de carnaval em São Bonifácio em um casa que vende biscoitos, cerca das 07h da manhã iniciamos após deixar nosso veículo em Santo Amaro da Imperatriz e contratado um táxi para levarmos em São Bonifácio, aproveitamos e tiramos uma fotinho da serra de São bonifácio que estava lindo o amanhecer na estrada – cerca de uma hora e meia de carro:

Os 10 primeiros quilômetros caminhamos por vale com lindas cachoeiras e várias travessias, já com uma pegada de subida até os campos de altitude, onde se pode curtir a imensidão do Parque Estadual da Serra do Tabuleiro, na sequência encontramos o Morro das Pedras com seus 1.274 metros de altitude, se pode apreciar um visual panorâmico e a Pedra do Cabelo (A Cabeluda), que paramos para  o almoço.

A trilha sobe pelo vale por onde correm as cristalinas águas do rio Moller, onde o caminhante andam pelas sombras da Mata Atlântica, cruzando o rio várias vezes parte de uma altitude próxima a 600 metros e chega aos campos de altitude, a 1.200 metros, em um percurso de aproximadamente 4 km.

Posteriormente caminhamos até o primeiro acampamento, que pasmem, mesmo seguindo as instruções de outros trilheiros ainda nos perdemos muito – a rota ainda não é bem demarcada, então decidimos acampar na metade da rota, pois já estávamos cansados psicologicamente de umas perdas de mais de uma hora nas matas fechadas, afinal a trilha é cheio de sobe de desce de montanha, mas para chegar nos cumes temos que sempre passar por florestas fechadas, que há várias aberturas.

Acredito que escolhemos o pico certo para a parada, já estávamos em 15 km de travessia e a cachoeira foi ideal para tomarmos um banho antes de dormir – também trouxemos vários lenços umedecidos para nos limparmos além do banho de cachoeira, depois do banho ficamos curtindo a imensidão da mata atlântica, era só nós, no silêncio do nosso carnaval na nossa varanda da barraca fazendo miojo, arroz, barra de cereais e café para a jantar acompanhando o fim de tarde:

No outro dia acordamos cedo, mesmo tendo alguma chuva – que já estávamos preparados com lonas além da barraca pois verão é normal maiores virações – não podemos reclamar do tempo, a barraca aguentou a noite toda sem vazar nenhuma água para dentro, após o café da manhã, fervemos água, pois eu esqueci o clorin,  arrumamos todos os pertences e pernas para que te quero, iremos começar nossos jornada!

Confesso, iniciei com certo medo pois já havíamos nos perdido no primeiro dia! A caminhada já começou subindo, foi cheia de rasga mato, turfas e gravatá podia-se ter uma primeira visão do Pico do Tabuleiro, o que depois iria sumir por um bom tempo, afinal tivemos que encarar matas fechadas bem traiçoeiras, sobe desce de montanhas que não estavam nada sinalizadas.

O facão foi essencial para podermos atravessar as matas fechadas e caminhamos bom trecho otimizando a água, pois demoramos encontrá-la e quase levamos um susto, pois em uma das montanhas a água estava quase acabando seu escoramento, porem nao acabou e estava bem gelada, encontramos em meio uma descida em mata fechada. Paramos para o almoço começar a subir, subida intensa, já estávamos perto do Pico do Tabuleiro, chegamos nele no início da tarde cerca de 13h deste segundo dia.

A chegada ao Pico do Tabuleiro depois de mais uma forte subida foi incrível, escrevemos nossa mensagem em um livro muito bem organizado.

O Pico do Tabuleiro tem 1240 metros de altitude e é o ponto mais alto do Parque Estadual da Serra do Tabuleiro, que pertence à região da Grande Florianópolis.

Após, o Pico são quase 1.000 metros numa distância de 4 km até Caldas da Imperatriz, no município de Santo Amaro da Imperatriz, uma descida difícil com matas cortantes, embora bem nítida o trajeto, estava completamente tomada por taquarinhas ou bambuzinhos que nos cortaram muito ! Demoramos 4 horas para a descida, tinha ainda alguns pontos para subir – mas era leve – e encontramos apenas no final um ponto de água.

Chegamos no centrinho de Santo Amaro da Imperatriz, cerca de 17h, no qual entramos nosso carro e retornamos a nossa casa com várias histórias marcantes e marcas também afinal a trilha – principalmente o último trecho nos cortou bastante. Mas voltamos felizes, com essa aventura inesquecível.

IMPORTANTE: A Trilha é difícil com muitos trechos de subida e mata fechada, não recomendada para iniciantes, ideal fazer com guia, pois já teve acidentes fatais por se perderem. Jamais ir sozinho, o ideal é mais de 3 pessoas, muitos trechos estão em mata fechada e não existe uma trilha bem demarcada. Um facão é importante em vários trechos de bambuzal e plantas espinhosas.

Importante o uso de GPS e um breve conhecimento de orientação em trilhas, principalmente orientação visual, trajeto de difícil orientação se tiver neblina se intensifica essa dificuldade. Rádio de longas distâncias também é ideal para manter a comunicação, e também bastão de caminhada ou cajado, para auxiliar em travessias de rios e verificação de terrenos em vários pontos, além de auxílio devido a dificuldade do terreno.

Dia 08/06/24 vamos fazer apenas o trecho do Pico de Tabuleiro de bate e volta. Quer participar com a gente? Se inscreva no link: https://forms.gle/HNMdDuAVhW4HgM147

Essa nossa trilha foi cheia de belas imagens e histórias? Você gostou?

Convidamos para entrar no nosso grupo de trilhas no WhatsApp: https://chat.whatsapp.com/IEdcL2bAzjTJsOTS51c2Nq

Venha conhecer as maravilhas da nossa região e fazer o Sul em Trilhas com a gente!

Você também pode gostar