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Identidade e expressão

A partir do primeiro contato visual começamos a formar conceitos, moldar opiniões e estabelecer conexões. Agora, imagine o seguinte: e se conseguíssemos expressar com clareza as informações mais relevantes antes mesmo de dizermos uma só palavra? Sim, isto é perfeitamente possível.

No universo da política, gerar este grau de conexão traz inúmeros benefícios, especialmente a blindagem quanto à rejeição à primeira vista, situação quase impossível de ser revertida (e o terror dos candidatos).

Conseguir trazer clareza à própria imagem é um movimento eficiente, isto se faz eliminando tudo o que confunde e trazendo mais identidade ao que é visto.

Identidade são nossas características exclusivas, aquelas que nos distinguem, que nos tornam únicos. E esta é construída desde muito cedo. Muitas são as influências e referências para que ela se forme e, a visual, está na base, antes mesmo de aprendermos a pronunciar uma única sílaba.

Millôr Fernandes tem uma frase genial e que enfatiza a importância de projetar uma imagem pessoal certeira e intencional: “Se uma imagem vale mais do que mil palavras, então diga isto com uma imagem.”

Quanto mais identificação, mais segurança e credibilidade serão transmitidas. Na política, a hesitação cobra seu preço.

É fundamental expressar-se com convicção e expor-se com confiança.

Trazer à superfície características pessoais é imprescindível para diferenciar-se. Quer marcar o imaginário do seu público, dos seus eleitores? Expresse-se com autenticidade, mas (um grande porém aqui) com estratégia. Não dá para ser aleatório na política, o tempo urge e ele é implacável. Estabelecer afinidades, desde o início, abre portas. Já a rejeição, ela fecha.

“Ah, mas eu sou um cara comum, do povo.” O “cara comum” tem o que falar e pontos a reforçar através da imagem. É justamente através dela que esta condição ficará mais clara, mais intencional e bem direcionada.

O recado mais eficiente é aquele que damos sem rodeios, aquele objetivo. Nossa imagem funciona assim também, sua eficiência se prova na nossa capacidade de sermos genuínos, porém intencionais.

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Aline Savi é advogada, consultora de imagem, especialista em etiqueta e pós-graduanda em marketing político e comunicação eleitoral. Nesta coluna semanal fala sobre imagem e comunicação política.

 

 

 

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