NotĂ­cias de CriciĂșma e RegiĂŁo

Faltou respeito e transparĂȘncia ao aprovarem texto em menos de um minuto

O presidente da Casa, Mauro de Nadal, fez a leitura do texto, e a abriu a votação numa decisão em tempo recorde

A elevação dos salĂĄrios dos deputados estaduais que exercem funçÔes administrativas paralelas Ă  atividade parlamentar estĂĄ prevista no artigo 18 do PLC 17/2023. É a chamada “verba indenizatĂłria”. O aumento eleva em atĂ© 50% o salĂĄrio, caso dos membros da Mesa Diretora. Sem adicionais, o salĂĄrio de um deputado e acima de R$ 31 mil. O curioso, foi a forma da votação, em menos de um minuto, em meio ao tumulto das discussĂ”es que culminaram com a aprovação do Projeto Universidade Gratuita. Faltou alĂ©m da falta de transparĂȘncia, a mesma sempre defendida pelos prĂłprios parlamentares, faltou maturidade polĂ­tica. Uma clara evidĂȘncia que havia uma tentativa de que tudo passasse de forma despercebida, e o texto nĂŁo tivesse repercussĂŁo. Uma manobra nem um pouco condizente com o trabalho que vem sendo desenvolvido pela Casa, atĂ© entĂŁo. Apenas quatro deputados tiveram tempo de se manifestar contra a aprovação: a deputada Luciane Carminatti (PT), JessĂ© Lopes (PL), Sargento Lima (PL) e Matheus Cadorin (Novo).

Quem tem direito Ă  verba indenizatĂłria

Começa pelo presidente da Assembleia Legislativa, Mauro de Nadal. Ele tem direito a 50% do benefĂ­cio adicional de R$ 15,6 mil por mĂȘs, como prega o artigo 18 do PLC 17/2023. Os demais membros da mesa recebem 30%, um adicional de R$ 9,3 mil cada, sobre seus salĂĄrios. O benefĂ­cio de 30% se estende ainda aos que detĂȘm cargos de presidente da Escola do Legislativo e presidentes e vices de ComissĂ”es Permanentes. Por reuniĂŁo, limitadas a quatro encontros mensais eles recebem um acrĂ©scimo de 7,5%. AlĂ©m disso, o texto da PLC ainda cria novos cargos, que podem chegar a 32, envolvendo a denominada Secretaria da FamĂ­lia (4 cargos), para a Escola do Legislativo (7 cargos), para a Corregedoria (3 cargos), para a Secretaria da Mulher (6 cargos) sem falar das Bancadas Regionais.

Justificativa da Alesc

No discorrer de uma nota de esclarecimentos, presidente da Alesc, Mauro de Nadal, salienta que os valores nĂŁo sĂŁo aumentos, mas sim uma “retribuição Ă s atividades administrativas. Os percentuais de 50% e 30% – respectivamente, sĂŁo dados em todas as demais Casas Legislativas e CĂąmaras de Vereadores do paĂ­s. Trata-se de uma “retribuição por produtividade aos parlamentes detentores de funçÔes, caso da Mesa ou de ComissĂ”es. Nadal, disse que a matĂ©ria vem sendo construĂ­da no Parlamento hĂĄ mais de uma dĂ©cada. No entanto, precisou de apenas 58 segundos para aprovação. Um comportamento frĂĄgil e desnecessĂĄrio.

Encerramento do programa escolas cĂ­vico-militares denota revanchismo

Escola cívico-militar de Brusque – Foto: Portal Olho Vivo Can

Não hå nenhuma surpresa na decisão do presidente Lula, ao anunciar o encerramento do programa escolas cívico-militares. De parte dele, não hå nenhuma identificação com a proposta de ensino tocada por militares, e que contempla 216 unidades em 23 estados e no Distrito Federal, atendendo 192 mil alunos no Brasil. Uma decisão política, ideológica e completamente revanchista. Desde o começo de seu governo ele vinha dizendo isso. Agora o fez, apenas enviando um ofício aos secretårios de educação dos estados, comunicando que irå encerrar até o final de 2023, o Programa Nacional das Escolas Cívico-Militares (Pecim), criado pelo governo anterior. Lamentåvel. O texto do ofício é um deboche. Trecho dele ressalta que o programa serå finalizado e que deverå ser feita uma transição cuidadosa das atividades para não comprometer o cotidiano das escolas. O Pecim era a principal bandeira do governo de Jair Bolsonaro para a educação.  O programa era executado em parceria entre o MEC e o Ministério da Defesa. Por meio dele, militares atuam na gestão escolar e na gestão educacional. O programa conta com a participação de militares da reserva das Forças Armadas, policiais e bombeiros militares. Mesmo sendo considerado um avanço ao nível educacional, o Governo Lula, desconsidera a proposta, unicamente por que quer assim.

Deputada Daniela Reinehr protocola projeto

Deputada Daniela Reinehr – Zeca Ribeiro/CĂąmara dos Deputados

Parlamentares de oposição, contrĂĄrios ao desmonte do Programa Nacional das Escolas CĂ­vico-Militares – PECIM, reagiram. A deputada federal Daniela Reineher (PL) protocolou imediatamente um projeto de lei, com o objetivo de promover a melhoria e qualidade da educação bĂĄsica no ensino fundamental e no ensino mĂ©dio, oficializando o PECIM. Segundo argumenta, a proposta visa combater a violĂȘncia nas escolas, reduzir a evasĂŁo e o abandono escolar, criando um ambiente de aprendizagem mais seguro e disciplinado. AtravĂ©s da parceria entre profissionais das Forças Armadas e educadores, o projeto estimula transformar a educação, preparando os estudantes nĂŁo apenas academicamente, mas tambĂ©m para uma vida cidadĂŁ plena. Daniela diz que essa decisĂŁo do Governo Lula, representa um golpe devastador na educação nacional, prejudicando milhares de estudantes que se beneficiavam do modelo. Valores cĂ­vicos e disciplinares sĂŁo essenciais na formação dos jovens, e o desmonte das Escolas CĂ­vico-Militares Ă© um ataque direto a esses princĂ­pios. “É inaceitĂĄvel que um programa bem-sucedido, que fortalecia a educação e proporcionava uma experiĂȘncia enriquecedora aos alunos, seja interrompido por argumentos infundados”, completa.

Em Santa Catarina deputados também reagem

Proposta de estadualização das escolas cĂ­vico-militares foi apresentada pelo deputado Lucas Neves / Foto: Vicente Schmitt/AgĂȘncia AL

No Estado, nĂŁo sĂŁo apenas crĂ­ticas. Ainda no inĂ­cio de março o deputado Lucas Neves (Podemos) apresentou ao governo de Jorginho Mello (PL), uma proposta de estadualização das escolas cĂ­vico-militares. Na tribuna, ele defendeu que o programa de escolas cĂ­vico-militares em Santa Catarina seja assumido pelo governo estadual. Atualmente, as 12 unidades em funcionamento no estado seguem o modelo cĂ­vico-militar implantado pelo governo federal. Ele demonstrou, na Ă©poca, a preocupação com a recente decisĂŁo da presidĂȘncia de desativar a diretoria do MinistĂ©rio da Educação que cuidava do programa. Lucas Neves adiantou ainda que jĂĄ levou o assunto ao secretĂĄrio de Estado da Educação, Aristides Cimadon. Segundo o parlamentar, o secretĂĄrio se mostrou receptivo Ă  proposta de estadualização do modelo de escolas cĂ­vico-militares. PorĂ©m, atĂ© entĂŁo, nĂŁo houve nenhum manifesto oficial. Enquanto isso, municĂ­pios vĂȘm realizando audiĂȘncias pĂșblicas exatamente com a intenção de implantar o modelo de escola, caso de AgrolĂąndia e SĂŁo JosĂ©.

Pontos…

  • CĂ­vico-militares I- Representantes do PL, MDB e UniĂŁo Brasil criticaram o fim das escolas cĂ­vico-militares decretado pelo governo federal e defenderam a continuidade do programa durante a sessĂŁo de quarta-feira (12) da Assembleia Legislativa. Em BalneĂĄrio CamboriĂș, em 2019, a partir de pesquisa, os pais dos alunos e 95% dos pais votaram a favor do ensino cĂ­vico-militar;
  • CĂ­vico-militares II – “Uma triste notĂ­cia que recebemos do governo federal, justamente quando fizeram esta semana uma audiĂȘncia pĂșblica em SĂŁo JosĂ© e em AgrolĂąndia. EstĂĄ muito claro o revanchismo que hĂĄ, parece que tudo o que o governo anterior realizou, agora este governo Ă© contrĂĄrio”, disparou o deputado Marcos da Rosa. Segundo ele, o Governador Ă© favorĂĄvel ao Programa, e todos devem ficar tranquilos.
  • Demandas da BR-101 – Emerson Stein (MDB) registrou visita que fez aos dirigentes da Autopista Litoral Sul para tratar de melhorias no trecho da BR-101 entre Tijucas e BalneĂĄrio Piçarras. Segundo Stein, projetos de terceiras pistas, acessos e viadutos nĂŁo saem do papel porque estĂŁo “esbarrando na AgĂȘncia Nacional de Transportes Terrestres (ANTT)”.

 

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