Dia Nacional do Parkinsoniano traz reflexão sobre diagnóstico precoce
Dia é celebrado nesta terça-feria, dia 4
Perdendo apenas para o Alzheimer, o Parkinson é a segunda doença neurodegenerativa mais comum no mundo, atingindo 1% da população global acima dos 65 anos. No Brasil, estima-se que 200 mil pessoas sofram com o problema que tem como característica mais comum os sintomas motores como o tremor, rigidez, dificuldade para andar, escrever, desenhar, entre outros. Para ampliar o alerta sobre a necessidade do diagnóstico precoce, nesta terça-feira, dia 4, é celebrado o Dia Nacional do Parkinsoniano.
O grande desafio, segundo o neurocirurgião, Luiz Lavradas, é diagnosticar o Parkinson no estágio inicial, o que muitas vezes acontece 10 ou 15 anos das manifestações motoras. “Alguns sinais podem vir até antes das manifestações motoras, como a redução do olfato, transtornos do sono, mudanças na oleosidade na pele, queixas de constipação e até dores crônicas”, comenta. O especialista aponta que os tremores não estão em todos os casos, a média é de 70%. “Pode ser que o tremor nem se manifeste, eles não são essenciais para o diagnóstico”, ressalta.
Tratamento com especialista
O Parkinson ainda não tem cura, mas pode ser tratado e de acordo com o especialista, as respostas são muito positivas em relação a autonomia, com o uso de medicamentos e terapias associadas o paciente pode, inclusive, manter a alta performance profissional.
“Claro que dependendo da profissão é preciso reconsiderar e fazer adaptações à rotina, principalmente se a função exige movimentos precisos, por isso é importante detectar a doença em fase inicial, é isso que vai fazer diferença na qualidade de vida do paciente”, sublinha.
O Parkinson ainda requer um método cientificamente comprovado de prevenção, mas segundo Lavradas a alimentação balanceada, especialmente rica em flavonoids (frutas, verduras, sementes) e a prática de exercícios físicos, podem reduzir os riscos.
“Inicialmente o tratamento é aumentando a disponibilidade de dopamina de forma medicamentosa, até outros métodos como uma espécie de marcapasso cerebral, dependendo da evolução da doença, mas é importante esclarecer que com o avanço nas possiblidades de tratamento, o Parkinson deixou de ser uma sentença. É possível levar uma vida com qualidade e mais naturalidade que antigamente”, destaca.
Entre os famosos são diversos os exemplos de que a vida profissional seguiu por anos antes de revelarem ter Parkinson, entre eles o ator Mcihael J. Fox e o cantor de rock, Ozzy Ousborne. No Brasil, recentemente a jornalista Renata Capucci, de 45 anos, revelou que descobriu a doença em 2018.