Você sabe o que é disfagia? Fonoaudióloga explica e dá dicas de prevenção
Problema tem como principal característica a dificuldade em engolir alimentos e líquidos
A dificuldade para engolir alimentos, líquidos e até mesmo saliva durante qualquer etapa entre a boca e o estômago é chamada de disfagia. É caracterizada por sinais e sintomas específicos, podendo ser congênita ou adquirida. Na maioria das vezes, causa prejuízos importantes aos aspectos nutricionais, pulmonares e até mesmo sociais do indivíduo acometido. Por este motivo, no dia 20 de março é lembrado em todo o país, o Dia Nacional da Disfagia. Para lembrar a importância da data, nesta semana, o Hospital São José de Criciúma estará realizando ações de orientação aos profissionais demonstrando a importância da data.
“Esta semana especial é usada para conscientizar os outros profissionais que atuam no tratamento de pacientes com disfagia, a importância de uma avaliação e no tratamento dessa alteração. Aqui no hospital serão realizadas ações de conscientização sobre os sintomas mais comuns, como identificar um possível paciente com disfagia e quais são os principais fatores de risco. Além disso, queremos orientar quanto ao manejo correto na alimentação dos pacientes, respeitando as consistências recomendadas pela fonoaudióloga, explicando os riscos e agravos que podem trazer ao paciente”, explica a fonoaudióloga do HSJosé, Mariana Cardoso Lumertz.
De acordo com a especialista, a disfagia pode trazer complicações que envolvem o impacto no estado nutricional, que é causado pela redução do consumo de alimentos líquidos e sólidos. “Essa redução acontece como uma forma de evitar o desconforto ao se alimentar. Além disso, alimentos líquidos e sólidos podem ser facilmente aspirados, ocasionando pneumonias por broncoaspiração. Como resultado da alimentação inadequada, há a desnutrição e a desidratação, as quais pioram o quadro clínico e geram um ciclo constante”, explica.
Principais sintomas
De acordo com a especialista, entre os principais sintomas da disfagia estão a dificuldade para mastigar e/ou engolir alimentos e líquidos; necessidade de engolir várias vezes a porção de alimento e líquido colocado na boca, ou até mesmo, a própria saliva; dor para engolir; sensação de alimento parado na garganta; tosse ou pigarro constante durante a alimentação; mudança na voz após engolir; mudança na cor da pele durante ou após a alimentação (palidez/cianose ou “pele roxa”); falta de ar; perda de peso ou inapetência; internações frequentes por pneumonia ou infecções respiratórias e resíduo alimentar na boca após engolir.
“A disfagia orofaríngea é mais frequente em idosos, seja por ser uma condição do próprio processo de envelhecimento, a presbifagia, ou por ser um sintoma muito comum em doenças neuromusculares e/ou neurodegenerativas, tais como: Doença de Parkinson, Doença de Alzheimer, Doença de Huntington, Acidente vascular cerebral (AVC), Paralisia cerebral e Esclerose múltipla. Além das condições neurológicas, a disfagia também pode ocorrer em pacientes com tumores ou traumas na região da boca e garganta”, explica.
Tratamento realizado
Segundo a fonoaudióloga, o tratamento da disfagia vai desde exercício para fortalecimento da musculatura orofacial, modificação nas consistências, volume e temperatura, entre outros. “De acordo com o diagnóstico e avaliação fonoaudiológica, encaminhamos para outros profissionais que poderão atuar em conjunto no tratamento, podendo ser neurologista, otorrinolaringologista, fisioterapeuta, nutricionista, entre outros”, finaliza Mariana.