Quanto mais estudo e trabalho com comportamento humano, mais tenho fascinação sobre nossos comportamentos, especificamente nos ambientes de trabalho e tudo que o envolve. Me refiro a estes ambientes porque passamos muitas experiências dentro deles, nos dedicamos mais da metade da vida à carreira, então é natural que tenhamos uma quantidade interessante de situações e claro que podemos aprender com elas, ou melhor, deveríamos nos esforçar para ao menos querer isso, aprender, e algumas delas, não repetir.
Fala-se muito sobre inspirar as pessoas por meio dos exemplos, diante disso, você já parou para pensar sobre quem você inspira e porquê? Ao refletir sobre essa resposta, naturalmente avaliamos nossos comportamentos. Bem, julgo importante falarmos de algumas situações cotidianas mas que refletem aprendizados e demonstram como a autogestão nos ajuda a nos tornarmos pessoas melhores. Certo dia, como professora universitária, ao aplicar uma prova, uma aluna estava descontroladamente “copiando” as respostas da colega à sua frente. Naquele momento pensei, o que mais essa pessoa faria se tivesse oportunidades diferentes? Quem estava enganando quem? Fico pensando sobre a falta de racionalidade diante de pequenos atos que podem, de maneira inconsciente, nos tornar iguais aqueles a quem tanto julgamos. Falo em falta de racionalidade porque a pessoa não reflete sobre as consequências de suas atitudes. E, geralmente, só julgamos como ato falho quando na ação envolve dano financeiro, por exemplo, a lava jato. Mas o que difere essas ações errôneas de furar filas, não parar na faixa de pedestres, não respeitar o estacionamento da escola do seu filho, dar aquele jeitinho para conseguir as coisas (transgredindo regras)? Onde só o que importa é se dar bem.
No mundo corporativo, comportamentos que exigem atenção e reflexão e que acontecem com frequência são as pequenas mentiras, ou ausência de transparência, nos processos de comunicação, em processos seletivos onde não se fala de fato o porquê a pessoa não foi contratada, quando se privilegia alguém porque tem relações pessoais, quando determinada pessoa se apropria do que não é seu, quando se engana quem lhe estendeu a mão, tirar cópias de coisas pessoais utilizando recursos da empresa, e por aí vai uma série de atitudes que muitos de nós fazemos. Mas, afinal, por que julgamos tanto os outros? As mentirinhas diárias, o quem engana quem, acontece porque a maioria não pausa para fazer reflexão sobre seus próprios atos. Para mensurar seus atos com relação a esse tema. Comece pensando em quantas mentiras você conta diariamente? Responda para si mesmo, sem medo de ser julgado. Bem, você não é o único. Mas isso não deve lhe servir de conforto.
O fato é que, por mais difícil que nos pareça, a verdade é, e sempre será, a melhor opção, pois traz junto com ela um conjunto de “leveza e autoconfiança” sentida em relação a você mesmo! Mude, não acredite que o natural precisa tornar-se normal. Experimente se observar, faça um propósito com você mesmo. Seja verdadeiro com você, este será um grande exercício para a promoção de sua mudança e crescimento. E, da próxima vez em que pensar em fazer algo, reflita: quem está enganando quem?