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Presença de caramujos africanos em Morro da Fumaça deixa moradores em alerta

Praga não possui predador natural no país e serve como hospedeiro de parasitas causadores de zoonoses

Após receber inúmeras denúncias sobre a presença do caramujo africano, a Vigilância Sanitária de Morro da Fumaça realizou uma ação no município para controle e combate à praga. Profissionais do órgão visitaram as residências, nos principais locais com notificação de foco, para orientar e alertar os moradores sobre os perigos causados pelo verme e a forma correta da eliminação.

Segundo a coordenadora da Vigilância Sanitária de Morro da Fumaça, Patrícia Satiro Zanette, qualquer munícipe pode solicitar a presença do órgão para avaliar a situação e receber instruções sobre os cuidados necessários. “A Vigilância Sanitária não realiza a eliminação dos caramujos africanos em locais particulares e públicos. O trabalho do departamento é através de orientação e notificação para que a praga seja removida”, destaca.

Foto: Divulgação

Sobre a espécie

O caramujo africano, como é popularmente conhecido, é um molusco terrestre, introduzido no Brasil ilegalmente, vindo da África. Por não possuir predadores naturais no país, se reproduziu descontroladamente, se tornando uma das piores espécies invasoras, causando impactos ambientais, econômicos e de saúde pública.

“Por ser uma espécie exótica, ter tamanho maior e se alimentar de quase qualquer coisa, supera a competição por espaço e por alimento com as espécies nativas. Ainda possui uma taxa de crescimento e reprodução elevada, servindo também como hospedeiro de vários parasitas, que causam, por exemplo, a meningite. Depois de mortos, a concha vazia do caramujo africano pode acumular água e servir como reservatório para larvas do mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue, da febre amarela, zika e chikungunya”, explica a coordenadora.

Eliminação

A agente de Endemias da Vigilância Sanitária, Rute Laurentino Martinez, alerta sobre as formas de transmissão de zoonoses por meio do caramujo africano. “Pode ser pelo consumo de um alimento que o molusco infectado tenha se rastejado, por isso a importância de lavar bem frutas e hortaliças, ou ao manusear o caramujo e levar a mão à boca. Para eliminar a praga é necessário utilizar sempre luvas, protegendo a pele e mucosas. Se tiver contato acidental, lavar bem com água e sabão”, ressalta.

A profissional salienta que não se deve utilizar veneno para a eliminação do verme, devido ao risco de intoxicação às pessoas e animais, sendo a coleta e destruição das conchas e ovos o único método eficaz. “O caramujo africano deve ser esmagado com um martelo ou objeto similar e enterrado com cal ou sal. Para evitar a infestação, é sempre importante manter o terreno limpo”, frisa Rute.

O caramujo africano não deve ser confundido com as espécies nativas. Além da eliminação dos moluscos brasileiros serem considerados crime ambiental, pode causar desequilíbrio biológico. A concha da praga é mais alongada e pontiaguda, tendo uma coloração mais escura. Para tirar dúvidas e receber orientações, a população pode entrar em contato com a Vigilância Sanitária de Morro da Fumaça através do telefone (48) 3434-2442 ou pelo e-mail [email protected].

 

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