Prefeitos, secretários e empresários, na mira da Operação Mensageiro
A Operação Mensageiro iniciada em dezembro passado, apura suspeita de fraude em licitação, corrupção ativa e passiva, organização criminosa e lavagem de dinheiro no setor de coleta e destinação de lixo em diversas regiões de Santa Catarina. Lages, na Serra Catarinense, é uma das cidades que está arrolada nesse mesmo processo. Nesta quinta-feira (2), quase dois meses depois de deflagrada, a segunda etapa teve cumprida novas ordens judiciais expedidas pelo TJSC, depois da análise dos depoimentos das testemunhas, dos investigados e das provas coletadas na primeira fase, que ocorreu em seis de dezembro do ano passado. Os prefeitos de Lages, Antônio Ceron, e de Capivari de Baixo, Vicente Costa. De Lages, preventivamente também encaminhados para audiência de custódia, em Florianópolis outros dois secretários. Somente nesta quinta foram cumpridos mandados de prisões preventivas e 14 mandados de busca e apreensão.
Ecos na cidade
O meio político de Lages se sacudiu como nunca. A notícia da prisão do prefeito se alastrou como pólvora, e tomou conta das opiniões nas redes sociais. O prefeito Antonio Ceron (PSD) é conhecido pela linha dura na forma de atuar. No entanto, vem sendo alvo de críticas, por não estar fazendo uma boa administração. A questão do transporte e destino do lixo vem sendo questionada por vereadores de oposição há muito tempo. Eles vinham cobrando o fato de a empresa estar operando sem a devida licitação, e sendo paga para trabalhar. Assim que Operação Mensageiro foi deflagrada, no início de dezembro de 2022, o secretário da Semasa e um diretor foram presos, e permanecem até hoje em presídios da região. Também teve início a coleta de assinaturas na Câmara de Vereadores para a abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI). Até agora há cinco assinaturas. São necessárias seis. Diante dos novos fatos, há perspectiva de que as investigações no âmbito do legislativo municipal aconteçam, a partir de uma ou outra nova adesão. Lages conta com 16 vereadores.
Prefeito se manifesta via redes sociais
O prefeito Antonio Ceron, de Lages, que está entre os detidos pelo GAECO, na segunda etapa da Operação Mensageiro realizada na manhã desta quinta-feira (2), se manifestou através das redes sociais.
“Infelizmente, hoje, eu e minha família estamos sofrendo muito. Tenho 77 anos de conduta ilibada, e, dentro do devido processo legal, provarei a minha inocência. Reitero meu respeito ao Poder Judiciário, Ministério Público e demais órgãos investigativos. Vou me dedicar a minha defesa, enquanto isso, as ações em Lages seguem com o Juliano. Agradeço as manifestações de solidariedade. Deus abençoe a todos!”
Prefeitura emite Nota Oficial
Já no final da tarde desta quinta-feira (2), a Prefeitura de Lages também emitiu uma Nota Oficial. A nota, bastante objetiva, a respeito da Operação Mensageiro, e que resultou na detenção do prefeito e de dois secretários foi assinada pelo Chefe de Gabinete Aurélio Assis de Bem Filho, e pelo procurador-geral do Município, Eloi Ampessan Filho.
A Nota:
“Quanto às ações realizadas em Lages na data de quinta-feira (2) pelo GAECO, a Administração Pública Municipal informa que se trata da continuidade da Operação Mensageiro e reitera sua disposição de colaborar com as investigações”.
MDB deverá garantir abrigo no governo
O primeiro objetivo do MDB catarinense foi alcançado com a eleição de Mauro De Nadal para a presidência da Assembleia Legislativa. Não era esse o pensamento do governo quando indicou lá atrás, o progressista José Milton Scheffer. As reações de blocos partidários no Parlamento mudaram o objeto inicial. O resultado, todos sabem. Por outro lado, não é segredo também de que há negociações do partido para integrar primeiros escalões do Governo, o que, objetivamente, deve consolidar um alinhamento ainda maior do que já vem sendo dito, consolidado a propalada harmonia entre os poderes Executivo e Legislativo, especialmente. Vem aí uma reforma administrativa, e que, a partir dela, as composições dos cargos restantes deverão também contemplar gente de outras siglas. E assim, Jorginho Mello (PL) terá uma gestão compartilhada, em nome das boas relações.