Uso contínuo de antidepressivos pode elevar risco de cardiopatias
Estudo foi publicado na revista British Journal of Psychiatry Open
Uma pesquisa realizada por cientistas da Universidade de Bristol, na Inglaterra, apontou que o uso prolongado de medicamentos antidepressivos pode estar relacionado a um maior risco de problemas cardíacos. O estudo foi publicado na revista British Journal of Psychiatry Open em 13/9.
Para buscar informações sobre o impacto do uso de antidepressivos à saúde cardíaca, o grupo de pesquisadores examinou dados de cerca de 220 mil indivíduos entre 40 e 69 anos cadastrados no banco de dados de saúde do Reino Unido. A equipe comparou, durante 10 anos, as condições de saúde de pessoas que tomavam os medicamentos com as dos que não utilizavam antidepressivos.
Os cientistas incluíram oito tipos de medicamentos no estudo: citalopram, sertralina, fluoxetina, paroxetina – que são da classe dos inibidores seletivos de recaptação de serotonina (ISRS), mirtazapina, venlafaxina, duloxetina e trazodona.
Os resultados revelaram que usuários de medicamentos do tipo ISRS podem ter até 34% mais chance de desenvolver doenças cardíacas e são duas vezes mais propensos a morrer por complicações no órgão, comparado aos que não tomaram nenhum tipo de antidepressivo.
Os pesquisadores também observaram que os usuários de fármacos têm 73% mais chance de morrer precocemente de qualquer outro tipo de problema de saúde quando comparados às pessoas que não utilizam medicamentos desse tipo.
“Os antidepressivos, especialmente os ISRSs, podem até ter um perfil de atuação seguro a curto prazo, mas estão associados a consequências adversas com o passar do tempo. Isso é importante porque a maior parte do aumento substancial na prescrição nos últimos 20 anos ou mais está na prescrição repetida de longo prazo”, afirmou Narinder Bansal, autora principal do estudo.
Além dos problemas relacionados ao coração, a equipe sugere uma relação do uso de antidepressivos a curto prazo com a diminuição de até 32% do risco de desenvolver pressão alta ou diabetes.
Texto: Metrópoles