Carta da Indústria recomenda diálogo permanente, sustentabilidade ambiental e responsabilidade social
A Fiesc deu espaço aos candidatos ao governo para falarem e pode perceber o quanto é ouvida. Num diálogo amigável, focado no futuro e no desafio da “reindustrialização inteligente”, como definiu Esperidião Amin (PP), foi destacada a resiliência e ousadia do industrial catarinense. Hoje, 34% dos empregos formais em Santa Catarina estão na indústria e, cada um dos vínculos repercute em 1,6 vagas nos demais setores. “O espírito empreendedor é extremamente solidário em Santa Catarina. Nunca conheci um empresário catarinense que não tivesse sensibilidade com as políticas públicas e não fosse parceiro para incluir as pessoas”, reconheceu Décio Lima (PT), ao lamentar que 900 mil pessoas no Estado vivam em situação de insegurança alimentar.
O governador licenciado Carlos Moisés pontuou que, com o diálogo e ajuda do setor, Santa Catarina teve o melhor desempenho na crise sanitária, com menor letalidade e manutenção dos postos de trabalho. “Aqui as indústrias não pararam, estamos com 3,9% de taxa de desocupação, a menor já registrada por um Estado brasileiro”, apontou.
Gean Loureiro (União Brasil) disse que baseou seu programa de governo no diagnóstico já fornecido pela Fiesc e apontou a necessidade de oferecer energia de melhor qualidade e conexão à internet também no meio rural. Comprometeu-se a não aumentar impostos. Jorginho Mello (PL) disse que pretende reduzir a carga tributária porque é da tese que quando reduz impostos, o governo arrecada mais.
A Carta da Indústria, disse o presidente da Fiesc, Mario Cezar de Aguiar, é um documento vivo, feito pelos industriais para ajudar a gestão pública. “Passamos momentos difíceis da pandemia e, agora, da guerra, mas Santa Catarina, historicamente, tem suas demandas ignoradas pelo governo federal, embora seja o quinto Estado que mais contribui com a arrecadação de impostos”, situou ele. É o segundo Estado mais competitivo do Brasil e só não é o primeiro por conta da infraestrutura precária. O industrial confia no clima de normalidade destas eleições, com polarização, mas sem confrontos, e recomenda os caminhos de governança, sustentabilidade ambiental e responsabilidade social.
“A Federação historicamente se adapta às novas realidades, este é um setor que gera empregos e movimenta a economia, então, nesse aspecto estamos combatendo a desigualdade social no país”, comentou.
Enfim, juntos
A campanha do PL diverte-se com a expressão ao apresentar os totens de Jair Bolsonaro, Jorginho Mello e Jorge Seif colocados no acesso à Ilha de Santa Catarina e que resultou em buzinaço na entrada da ponte Pedro Ivo. Agora, o enfim, juntos mais esperado pela campanha também aconteceu esta semana. O empresário Luciano Hang declarou apoio oficial a Jorginho Mello em evento do PL em Brusque. Discursou e tudo. Ele tem andado com Seif pelas associações comerciais e industriais do Estado, mas resistia a apoiar o candidato ao governo. Jorginho agradeceu e lembrou que cumpriu sua obrigação ao defender Hang na CPI da Covid, porque “o único crime que ele cometeu foi de comprar oxigênio para Manaus e ajudar as pessoas. É um homem honrado, um patriota”, disse.
Mesmo tranco
A propaganda de Carlos Moisés vai manter a tática de apresentar pontos fracos dos concorrentes Jorginho Mello e Gean Loureiro. A campanha diz que teve pesquisa de campo no intervalo de um mês entre os levantamentos do Ipec para NSC e que Moisés caiu e subiu no período. O alerta soou, a rota foi alterada e o resultado mantém o governador licenciado na liderança ainda que empatado com Jorginho. O candidato do PL, aliás, não conseguiu tirar do ar a peça em que aparece defendendo o pedágio nas rodovias estaduais. No contraponto, Moisés divulga que o governo investiu R$ 1,7 bilhão nas estaduais e R$ 465 milhões nas federais. Se reeleito, a meta é asfaltar mais 2,9 mil quilômetro _ e tudo sem pedágio, provoca.
Bem cotado
Raimundo Colombo percorreu mais de 3 mil quilômetros nos últimos dias, do Vale do Itajaí ao Extremo Oeste, conquistando adesões importantes como a do prefeito de Indaial, André Moser (PSDB). Para cada apoio declarado, tem recebido vários outros reservados especialmente de prefeitos do MDB ou até do PP. Joares Ponticelli, prefeito de Tubarão, por exemplo, apoia Carlos Moisés ao governo e Raimundo Colombo ao Senado. O ex-governador e candidato ao Senado lidera com folga pela pesquisa da NSC, mas se mantém zeloso. Em 2018, aparecia em primeiro lugar e terminou em quarto.