O pix do Moisés, como tem sido chamado o Plano 1000 para distribuição de recursos aos municípios, já repercute na economia. Em julho, Santa Catarina gerou 4,5 mil empregos formais, um terço do total pela construção civil, com destaque para o segmento de infraestrutura. Até metade de agosto, foram 475 projetos formalizados com o governo do Estado e R$ 2 bilhões contratados pelas prefeituras.
“A atividade de construção em SC continua sendo alternativa para investimentos e um setor pujante. Boa parte desse emprego vem do segmento de infraestrutrura, com impulso do governo do Estado realizando obras a partir dos excedentes fiscais do início do ano”, aponta o economista-chefe da Federação das Indústrias de Santa Catarina, Pablo Bittencourt.
De acordo com os dados divulgados pelo Ministério do Trabalho e Previdência e analisados pelo Observatório da Fiesc, a indústria liderou a geração de empregos formais em Santa Catarina com 2,2 mil contratações. Depois da construção, os segmentos que mais contrataram foram têxtil, confecções, couro e calçados (503 vagas), alimentos e bebidas (319 vagas), equipamentos elétricos (246 vagas), automotivo (183 vagas), papel e celulose (180 vagas) e produtos químicos e plásticos (100 vagas).
No Brasil, foram gerados 218 mil empregos formais, um pouco abaixo dos 250 mil esperados pelo mercado, mas indicando recuperação da atividade econômica e melhora no poder de compra das famílias. “A indústria parece estar respondendo aos estímulos fiscais que foram dados em julho com perspectiva de começar a gerar ciclo econômico mais consistente”, analisa Bittencourt.
Na atividade de transformação, o desempenho do segmento de confecções e calçados, sinaliza melhora da remuneração do trabalhador. “A remuneração média de admissão subiu em julho e isso deriva, claro, da melhora de preços. A inflação caiu, a remuneração média melhorou e, ao que parece, o consumidor está demandando mais bens industriais. É cedo para certeza em relação à trajetória, mas esses dados já são um primeiro sinal importante”, comenta o economista.
No teto do Sul
O senador Esperidião Amin (PP), que jamais trocou de partido, perdeu o apoio do correligionário e prefeito de Tubarão Joares Ponticelli para Moisés, mas ganhou companhia ativa do prefeito de Criciúma, Clésio Salvaro (PSDB). Esteve no Sul no final e no início desta semana. Participou do lançamento da candidatura à reeleição de José Milton Scheffer, evento com 1,5 mil pessoas e muitos prefeitos. Scheffer era líder do governo na Alesc, posição que deixou assim que o PP aclamou a candidatura de Amin. O ex-governador lembrou que fez a Barragem do Rio São Bento, em Siderópolis, e a Serra do Rio do Rastro entre 1984 e 1986, em seu primeiro governo. Considerada ainda hoje uma das estradas mais surpreendentes do mundo, ela foi feita em concreto, a primeira em SC, com 3 mil toneladas do insumo doadas pela Associação Brasileira de Cimento Portland e elogios do BID. Agora promete trabalhar para que Timbé do Sul tenha a Barragem do Rio do Salto. Na Unesc, em Criciúma, Amin foi bem recebido pela reitora Luciane Ceretta: “A parceria com Amin é de muito valor. Não é de pedinte, é de parceiro. Gostaríamos de agradecer pelo que já foi feito nessa parceria.”
40 mil no ano
De janeiro a julho, destaca o presidente da Fiesc, Mario Cezar de Aguiar, a indústria catarinense gerou quase 40 mil postos de trabalho com carteira assinada. “O Estado tem a menor taxa de desemprego do país, de 3,9% enquanto a média brasileira é de 9,3%. Mesmo com uma economia em pleno emprego, continuamos contratando, o que demonstra que a atividade econômica se mantém aquecida”, afirma o industrial.
Boca pequena
Entre jornalistas, rola a informação que o ex-senador e ex-governador Jorge Konder Bornhausen teria pedido ao vereador Ed Pereira para deixar de concorrer à Câmara dos Deputados de modo a facilitar a eleição de Paulo Bornhausen. Como Ed, que se elegeu pelo PSDB e renunciou à Câmara de Vereadores de Florianópolis, segue candidato a deputado federal, o assunto serviria apenas como sinal dos tempos.
Ética médica
Conselho Regional de Medicina de Santa Catarina realiza hoje, às 19h30min, mais uma edição do Momento da Ética, evento virtual mensal. Dessa vez os médicos e conselheiros Marcello Alberton Herdt e Anastácio Kotzias Neto discutem o papel do diretor técnico de hospitais e clínicas, figura essencial para o bom atendimento à população. Boa pedida nessa pós-pandemia, para destravar procedimentos como os de cirurgias eletivas que se avolumaram durante a crise sanitária.
Zé Gotinha
Médicos e gestores públicos da área da saúde passaram a ter uma nova e inesperada preocupação nos últimos anos: a ameaça do ressurgimento de doenças graves, que já eram consideradas erradicadas no Brasil, como a poliomielite e o sarampo. Os índices de cobertura vacinal contra a paralisia infantil caem ano após ano. O desafio é voltar a imunizar 95% das crianças entre zero e cinco anos, aponta o presidente do CRM-SC, Eduardo Porto Ribeiro. Nesse caso, explica, nem se trata de desconfiança com a vacina, mas certo relaxamento pela distância do risco, já que, felizmente, não há registros da doença. Parece coisa natural, mas não é, é ação do Zé Gotinha.