Moradores enfrentam chuva e sol enquanto aguardam por atendimento na UBS da Vila Zuleima
População pede a abertura do portão da UBS mais cedo. Secretário de Saúde de Criciúma informou que cada unidade tem liberdade para trabalhar conforme necessidade da comunidade
Madrugada desta quinta-feira, dia 25, ainda estava escuro e Débora Rodrigues, de 58 anos, moradora do bairro Vila Zuleima, já estava às 5h30 em frente ao posto de saúde. Foi a primeira a chegar. O intuito de amanhecer no local era garantir uma senha para realizar consulta médica na Unidade Básica de Saúde (UBS).
Micheli Oliveira, de 43 anos, chegou logo em seguida também para aguardar a abertura do posto de saúde, que acontece às 8 horas, e garantir uma vaga para consulta. As duas aguardavam juntas e logo começaram a chegar mais pessoas.
Durante as duas horas de espera, a comunidade aguarda na calçada em frente a Unidade. Além de ficarem expostos ao frio, sol e à chuva os moradores enfrentam o medo de serem vítimas de alguma ação criminosa. “Às vezes estamos doentes e temos que ficar esperando o postinho abrir na chuva e no frio. Eles poderiam ao menos abrir o portão mais cedo pra gente ficar na área. Sem contar o perigo de ser assaltado”, lamentou Débora.
O médico atende diariamente no posto de saúde do bairro Vila Zuleima e são distribuídas 56 senhas semanais. De segunda-feira a quarta-feira, são oito atendimentos diários para consultas e na quinta e sexta-feira são 16 senhas por dia. Este é o motivo que faz os moradores irem para o local antes de abrir a unidade, o medo de ficar sem atendimento médico e ter que aguardar mais uma semana para a conseguir a consulta.
Na manhã desta quinta-feira, dia 25, os moradores junto com a presidente do Conselho Local de Saúde do bairro Vila Zuleima, Edilene Felix, se reuniram na UBS para discutir a possibilidade de abertura do portão da Unidade mais cedo.
“Eles poderiam ao menos deixar o portão aberto para o pessoal aguardar na área da frente. Pelo menos não ficam na chuva e no frio. Vim uma semana direto aqui acompanhar, tinha gente que chegava 4h30 da madrugada”, ressaltou a presidente.
Segundo o secretário de Saúde de Criciúma, Arleu da Silveira, as unidades que são cercadas ficam com os portões fechados durante a madrugada para evitar que o local seja alvo de vândalos. Mas, ainda de acordo com o secretário, cada UBS tem a liberdade para ajustar a forma de trabalhar conforme a necessidade da comunidade.
“Se a unidade achar necessário abrir os portões da UBS mais cedo, eles têm total liberdade para adequar a forma de trabalhar. Basta a comunidade conversar com a equipe do posto para fazer o ajuste”, explicou Arleu.
O secretário informou que não está ciente deste caso no bairro Vila Zuleima e que irá entrar em contato com a unidade e verificar o que está acontecendo.