Criciúma contra o racismo: clube detalha ações após caso registrado no HH
Em entrevista coletiva presidente, diretoria jurídica e Polícia Militar (PM) se manifestaram sobre o ocorrido durante a partida entre Criciúma e Ponte Preta
O Criciúma prepara diversas ações de conscientização contra o racismo após um suposto caso ter sido registrado durante a partida entre o clube e Ponte Preta no Estádio Heriberto Hülse. Em entrevista na manhã desta terça-feira, dia 19, a equipe jurídica do Tigre, diretoria e Polícia Militar (PM) detalharam o ocorrido durante o confronto do último dia 15. Os dois torcedores um que teria cometido a injúria racial e outro que teria atirado um objeto dentro de campo, já foram identificados.
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“Criciúma fez tudo que poderia ser feito. Nossa torcida é ordeira. Fazemos eventos como no shopping com crianças e toda a família. Esse é o conceito da torcida do Criciúma. O ato isolado de uma pessoa pode gerar um prejuízo gigantesco não só em termos de imagem, mas possivelmente um deficit que possamos ter na competição. Vamos sim fazer uma campanha educativa”, comenta o presidente do Criciúma, Vilmar Guedes.
De acordo com o advogado que representa o Tigre junto ao Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) , dr. Osvaldo Sestario Filho, as punições podem ser pesadas para o clube. “Queremos conscientizar o torcedor do Criciúma da gravidade que isso tem na esfera esportiva. Estive presente em outros julgamentos, queremos conscientizar o torcedor do que pode acontecer com o clube. O clube pode perder pontos, pode perder mando de campo, pode ser multado. As penas são bem pesadas. Queremos evitar isso e evitar uma continuidade para que isso não se repita”, comenta Sestário.
Em caso de reincidência de casos de injúria racial ou de objetos arremessados dentro de campo, as penas podem ser ainda maiores podendo ocasionar a exclusão do time de alguma competição. Por isso, segundo a advogada do clube, Samira Zambrano, uma seríe de ações educativas serão realizadas como a entrega de panfletos aos torcedores entre outros.
“Pedimos a ajuda da torcida, também, para que vigie e que não deixe isso acontecer. Registrar o apoio da nossa torcida, das nossas organizadas, que se prontificaram a auxiliar na identificação dos torcedores”, comenta ela.
Até o momento, o Criciúma ainda não foi denunciado na Justiça Desportiva devido ao ato de injúria racial e o arremesso de objetos em campo. Fato que deverá ocorrer em breve.
No vídeo, Sestário explica as implicações que o caso pode acarretar ao Tigre:
Torcida do Tigre e atletas da Ponte auxiliam na identificação
Durante a partida, a PM, juntamente, com a diretoria e jurídico do Criciúma começaram a trabalhar em busca de identificar os torcedores. Um que teria utilizado de xingamentos racistas contra o atacante da Ponte Preta, Rondinelli da Silva Vieira, de 23 anos, que realizava o aquecimento. E outro que teria jogado um copo contra os jogadores reservas.
“Torcedores identificaram o autor da injúria e outros identificaram o autor do arremesso do objeto no campo. Essa parte do torcedor identificar foi fundamental para o Boletim de Ocorrência produzido pela Polícia Militar. A importância da diretoria estar junto com a Polícia, inclusive após o jogo na busca de identificação destas pessoas. Houve o deslocamento do setor jurídico do clube com a Polícia Militar até o hotel para que fosse confirmado pelos jogadores da Ponte Preta, tanto o autor da ofensa quanto do arremesso, o que foi rapidamente realizado não só por um jogador, mas pelos demais jogadores que estavam no aquecimnto junto com o ofendido”, explicou o comandante do 9º Batalhão de Polícia Militar (9ºBPM) de Criciúma, o tenente-coronel, Sandi Sartor.
O Boletim de Ocorrência foi remetido para a Polícia Civil que investiga o caso e deverá chamar os torcedores identificados para prestar depoimento. No caso do suspeito de ter cometido a injúria racial contra o atleta da Ponte, ele poderá responder criminalmente por Racismo que tem pena de três a cinco anos de prisão. Caso ocorra a comprovação do ato realizado pelo suspeito, o Criciúma estuda expulsar o torcedor do quadro de associados. Fato que deverá passar pelo Conselho Deliberativo do clube.
Comandante do 9ºBPM de Criciúma, o tenente-coronel, Sandi Sartor detalha o trabalho de identificação dos torcedores:
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