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Falta de política pública prejudica o combate a pobreza menstrual

Gapac e Grupo Elas atendem cerca de mil mulheres em vulnerabilidade que dependem de doações em Criciúma

A menstruação é natural para todas as mulheres. Só que tem uma parcela considerável da população feminina  que “esse período do mês” vai além da TPM e das cólicas. São milhares de jovens e adultas que não têm condições financeiras para comprar um pacote de absorvente. Somente em Criciúma, cerca de mil mulheres em vulnerabilidade social são assistidas pelo Grupo de Apoio e Prevenção a AIDS de Criciúma (Gapac) e o Grupo Elas. Os absorventes distribuídos pelas instituições, são doados voluntários.

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Segundo a vereadora de Criciúma, Giovana Mondardo, que é voluntária no Projeto Elas, o número de mulheres que precisa de doações de absorventes ainda é muito maior. Essas mil mulheres são as que buscam ajuda no Gapec. Existem ainda as que não sabem da existência do Grupo ou aquelas que simplesmente não procuram ajuda.

“É uma demanda bem alta. Não dá para quantificar o número de pessoas aqui no município que precisam de ajuda. Temos ainda casos de jovens e adolescentes nas escolas, que têm uma demanda significativa”, explica a vereadora.

Em Criciúma, já está em vigor a Lei 7.929/2021 de 27 de julho de 2021 que institui as diretrizes para a Política Pública “Menstruação Sem Tabu”, de conscientização sobre a menstruação e a universalização do acesso a absorventes higiênicos no município de Criciúma. Mas, ainda é aguardado que a Lei seja aplicada por parte do poder Executivo.

Substituição

As mulheres que menstruam e não têm condições de adquirir o absorvente, acabam substituindo este item básico de higiene por outras coisas, como: jornal, pano, papel higiênico e até miolo de pão. Isso pode gerar um problema de saúde nas mulheres.

“Durante a menstruação, a mulher fica com a região íntima mais sensível. Neste período temos que usar produtos adequados. O uso de outros itens pode levar ao desequilíbrio total para um processo infeccioso grave. Pode provocar uma infecção local e pode pegar no útero, trompas e ovários. Podendo até ter infecções tardias como a infertilidade. Localmente também pode levar a cortes, fissuras, rachaduras altamente dolorosas.”, explica a ginecologista Margarete Bristot. 

Sancionada Lei do Estado

O governador de Santa Catarina Carlos Moisés, sancionou uma lei para distribuição gratuita de absorventes higiênicos para estudantes de baixa renda na rede pública estadual de ensino. O projeto do Governo do Estado, aprovado pelos deputados na Assembleia Legislativa, também integra o programa Gente Catarina, que tem como missão elevar o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) nas regiões mais vulneráveis.

A entrega dos absorventes será realizada pela equipe gestora de cada escola, que deve destacar um servidor público efetivo para a ação. A rede de ensino também deve promover palestras e ações de conscientização às estudantes sobre a menstruação.

“Inicialmente realizamos uma compra de 600 mil absorventes que devem chegar nos próximos dias ao Estado. Com isso, vamos distribuir aos municípios para fazer a entrega as estudantes”, explica o secretário estadual de Educação, Luiz Fernando Vampiro.

Ao todo serão destinados R$ 4,3 milhões para o programa, que atenderá cerca de 180 mil alunas maiores de 10 anos.

Saiba mais sobre o Projeto Elas e Gapac

Em Criciúma, o Gapac é uma instituição que trabalha efetivamente na prevenção de DST/ HIV/ AIDS,  apoiando e realizando ações que promovam a vida e a igualdade de direitos, excluindo preconceitos e discriminação. Propondo atividades fundamentais a fim de auxiliar nesse processo de construção da cidadania.

O Projeto Elas, nasceu nas redes sociais e tem por objetivo distribuir kits de higiene menstrual para mulheres em situação de vulnerabilidade econômica em Criciúma. O grupo também desenvolve a realização de campanhas de arrecadação de dinheiro para formar kits. Para auxiliar, basta acessar o instagram do projeto, pelo link.

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