“A marca tem que despertar emoção nas pessoas porque elas compram pela emoção”. Esta foi uma das frases do especialista em neuromarketing, Fernando Kimura, durante a palestra de abertura da Expomais – Encontro Sul-Brasileiro de Marketing, Administração, Inovação e Sinergia, na tarde desta quarta-feira.
O evento, único do gênero na região, ocorre até amanhã na sede da Associação Empresarial de Criciúma (Acic) com profissionais de renome internacional nas mais diversas áreas além de diversas atividades paralelas. Em seu discurso na cerimônia de abertura, o presidente da Acic, César Smielevski, deu as boas-vindas ao público presente e agradeceu a todos os envolvidos para que a Expomais 2017 se tornasse uma realidade.
“O evento que estamos iniciando é a prova de que é possível compartilhar em prol do desenvolvimento. Nele, nove instituições de ensino superior e entidades empresariais, uniram-se para disseminar o que há de mais inovador. Para o crescimento pessoal, institucional ou empresarial, evitar, repelir o futuro está fora de cogitação. Devemos nos preparar a cada dia”, discursou.
Fernando Kimura trouxe a temática “Inovação em Comunicação e Neuromarketing”, explicando de início as duas sensações as quais geram na memória, que é emoção ou repetição. De um jeito bastante irreverente e citando exemplos de marcas conhecidas no mundo e de como elas atuam no ramo da publicidade, Kimura ilustrou que muitas dessas marcas criam os chamados mitos.
“E é onde entra a repetição. Presunto é Sadia, se é Bayer é bom, dentre centenas de exemplos. Cito as grandes marcas, mas as marcas menores também criam mitos. Uma delas é daqui, a Havan. Quem percorre o país e todo e se deparada com aquela estátua da liberdade já automaticamente associa a loja de departamentos”, citou.
Kimura fez os participantes, em coro, cantar o conceituado jingle de um dos lanches de uma das maiores empresas de fast food do mundo, o MC Donald´s. “Dois hambúrgueres, alface, queijo, molho especial, cebola, picles e um pão com gergelim. Esta música surgiu em horário nobre com um alto investimento e que ainda dá resultado até hoje, depois de 30 anos. Prova é que todo mundo conhece e a maioria sabe cantar. Isto é um exemplo do que uma marca pode criar a sensação conosco”, brincou.
Adaptar o cérebro
Quem já não se deparou com “pague três e leve quatro, última peça, exclusivo, última oportunidade”? Kimura explicou que isso é um exemplo da chamada recompensa imediata que cria na cabeça um sinal de urgência como sendo uma das sensações no neuromarketing.
“Defina uma sensação e trabalhe em cima disso. Como o exemplo da Coca Cola, que já trabalhou com ‘abra a felicidade, sinta o sabor, o sabor original’. Pense qual a sensação que você quer que as pessoas definam sua empresa. Adaptar o cérebro das pessoas daquilo que nós queremos. Usar a atenção, a memória e a emoção, que é o que se mede numa campanha. Pensem nesses detalhes e de como a sua marcar tem quer ser lembrada”, enfatizou.
“Criar coisas, transformar e comunicar o mais próximo possível das pessoas. A marca tem que despertar emoção porque a gente compra pela emoção”, emendou.
Ele também atentou que este é o momento de usar a tecnologia para abranger o público em geral, não somente trabalhar com o público alvo. “Tirar esse preconceito”, completou, acrescentando ainda que há uma mudança de dinâmica, com propagandas mais curtas, como no canal de vídeos Youtube, por exemplo, para atingir a maioria do público, pois grande parte está preocupada com o tempo.
“Os consumidores compram por inclusão, conquista, emoção, necessidade, desejo, status, prazer e até por inveja. Há uma necessidade de reflexão. Do que realmente precisamos. Se alguém anda com você por causa da marca da sua roupa é porque essa pessoa não é seu amigo de verdade. As emoções estão acima disso”, concluiu.