Ao passo que crescemos, nos tornamos conscientes deste movimento em nossas próprias famílias, aquele parente que você adorava enquanto criança e que agora, sabendo um pouco mais sobre sua forma de ser e agir, até o respeita mas não deseja conviver e, nem de longe, considera que aquela imagem construída na infância seja verdadeira. Bem, como eu disse, esse fenômeno começa em nossas casas, se apresentando também em nossas relações pessoais e, principalmente, nas profissionais.
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Quando me refiro à harmonia artificial, lembro de uma nomenclatura utilizada por Patrick Lencioni, em seu livro “Os cinco desafios de equipes de trabalho”, o autor fala das cinco situações em que equipes apresentam características que as considera disfuncional, e uma delas é a ausência de conflito. Como isso se represente em nossas vidas? Sabe aquela reunião que você vai e não abre a boca? Você está cheio de pensamentos, às vezes até diverso de quem está apresentando, porém, não se manifesta porque naquele ambiente não existe confiança suficiente para exposição (lembrou de alguém?). O
que acontece é que pessoas saem dessas reuniões e não se comprometem com o que que precisa ser feito, seja porque não concordam, mas não tiveram coragem de declarar, ou porque não entenderam sobre o que precisa ser feito e a ausência de segurança psicológica os impede de questionar.
Outro exemplo que escuto muito em algumas mentorias é a harmonia artificial vinculada ao poder. Imagine a seguinte situação, o Diretor da empresa não tem valores com os quais você compartilha, mas tem poder e então, o que muitos fazem? Compactuam com comportamentos desleais, nada éticos por vezes, porém, estão ao lado de quem tem a caneta na mão. Pelas costas, falam à revelia, na frente a harmonia artificial impera, afinal de contas, se beneficiam de alguma forma (lembrou de alguém novamente?).
A harmonia artificial é nociva para nossas relações e saúde psicológica, primeiro porque não existe transparência e sem este elemento não nos comunicamos de maneira sincera, logo, ninguém consegue evoluir. Segundo porque o fato de não viver de acordo com o que você acredita, respeitando sua essência, valores e verdade, causa uma sensação interna de desconforto e de uma vida que não é a que você escolheria se tivesse coragem de confrontar muitas coisas.
Para a harmonia artificial existem algumas possibilidades, a primeira é que, por vezes, um sentimento de injustiça irá tomar você, escolha o que você deseja alimentar, é fato que tudo o que colocamos energia, cresce, segundo e o mais saudável, na minha visão é, ou você usa da sua autenticidade e assume as coisas que pensa, diz e faz mesmo que você ande na contramão e seja minoria de quem escolhe o contrário, ou se acostume a viver em ambientes fakes, aliás, eles estão na moda. A escolha é sua!