No Internacional da Síndrome de Down, médico fala sobre a longevidade dos portadores dessa síndrome
Antigamente, as pessoas com Síndrome de Down costumavam ter pouca longevidade. Desde o momento em que a síndrome é diagnosticada, o acompanhamento médico e o trabalho multidisciplinar de profissionais da saúde contribuem para que as pessoas com essa síndrome desenvolvam suas atividades com bom desempenho, além de ampliarem a expectativa de vida, podendo chegar a terceira idade com qualidade de vida e a saúde em dia.
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Na década de 1920, por exemplo, a expectativa de vida da pessoa com Síndrome de Down era em torno de nove anos. Com o avanço da medicina, com o desenvolvimento técnico das cirurgias cardíacas, vacinação, diagnóstico e inclusão, houve um aumento da expectativa de vida para em torno dos 65 anos. Hoje em dia, o período de vida dessas pessoas vem aumentando consideravelmente, acompanhado de melhor qualidade de vida.
O médico psiquiatra associado à Associação Catarinense de Psiquiatria (ACP), Marcelo Calcagno Reinhardt, afirma que a qualidade de vida das pessoas com Síndrome de Down acompanha a própria evolução da ciência e da medicina. “Penso que, como em qualquer área da medicina, o acompanhamento precoce e, em especial, de problemas cardiológicos, pode ajudar a identificar possíveis doenças clínicas e comorbidades psiquiátricas e melhorar a qualidade de vida e, desta forma, também a longevidade.”, declara o psiquiatra.
Os médicos psiquiatras contribuem com o processo de ampliar a longevidade das pessoas com Síndrome de Down identificando transtornos psiquiátricos associados e tratando desde cedo, sabendo indicar terapias que possam ser importantes para cada caso em específico.
Outro ponto ainda a ser trabalhado é o estigma que essas pessoas sofrem no convívio social. Ainda há muito o que ser feito para que se olhe para as pessoas com Síndrome de Down sem limitá-las a esta condição, assim como fala o psiquiatra Marcelo Calcagno Reinhardt. “Campanhas contra a psicofobia já estão sendo feitas e penso que devem atingir todos os meios de comunicação. Igualmente, deve-se informar a população, assim como acontece no Dia Internacional da Síndrome de Down, mostrar o quanto são pessoas que possuem sentimentos como qualquer outra, que sofrem se incompreendidas da mesma forma, mas que podem possuir um jeito diferente de agir e ser.”, finaliza o membro da Associação Catarinense de Psiquiatria.
Sobre a ACP
A ACP é uma entidade científica sem fins lucrativos que representa os psiquiatras do Estado de Santa Catarina. Filiada à Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), a ACP foi fundada em 1965. Desde então, dirige suas atividades para o aprimoramento científico e técnico de seus associados, para o desenvolvimento da especialidade médica da Psiquiatria e para a divulgação e esclarecimento da comunidade leiga sobre temas ligados à Psiquiatria e à Saúde Mental.