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Artigo – Abrace a vacina

17 de janeiro de 2021, entrará para a história. Enfim, depois de tantas idas e vindas, tripúdios, trapalhadas e negação da ciência, chegamos ao dia que representará um marco no enfrentamento da pandemia de Covid-19 no Brasil. Passados 10 meses de intensos embates políticos e sociais, que pouco ou nada contribuíram para controlar a propagação de um vírus letal, numa decisão histórica, na tarde do domingo, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), decidiu por unanimidade de suas gerências pelo uso emergencial das vacinas Coronovac e de Oxford, o que traz esperança de dias melhores e menos angustiantes.

Para além da decisão citada, coube ainda a Anvisa, colocar-se publicamente ao lado da ciência, manifestando-se pela necessária utilização da vacina diante da falta de tratamento precoce contra a Covid-19, visto que “até o momento não contamos com alternativa terapêutica aprovada disponível para prevenir ou tratar a doença causada pelo novo coronavírus.”

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A vacinação tão esperada começa ainda hoje em todo o Brasil, segundo o Ministério da Saúde. Para Santa Catarina estarão disponibilizadas nesse primeiro momento, cerca de 126.560 doses, que serão aplicadas primeiramente nos profissionais de saúde que atendem na linha de frente de combate à pandemia.

Em uma longa quarentena, onde foi possível acompanhar as mais diversas manobras, baseadas mais em achismos, do que em fundamentações científicas, promovidas por autoridades, tanto na esfera federal, estadual e como também municipal em todo o país foram constatados problemas estruturais na Saúde, e nas diversas áreas da vida social como na Educação ou até mesmo na própria Segurança Pública que passou por dificuldades para controlar aqueles que preferiam pensar no bem estar individual ao invés de respeitar o coletivo.

Devemos abraçar a vacina e encarar a vacinação como uma vitória na luta pela vida. É a valorização da prevenção, uma batalha vencida pela ciência e um momento ímpar para que o poder público possa se reconciliar com a sociedade.

Agora é a hora “h” para que o planejamento, a distribuição e a execução da vacinação em todo território nacional cumpram de forma satisfatória os seus papéis. O envolvimento e comprometimento de todos os entes públicos dentro de seus limites de atuação serão fundamentais neste momento para que se renove a confiança da população em seus governantes.

A eficiência da vacinação será a maior demonstração de responsabilidade com a população, de que seus gestores assumiram a responsabilidade de conduzir o povo em um dos momentos mais difíceis da história da humanidade. Aos que já nos deixaram em meio a pandemia fica o nosso sentimento de consternação e aos que ficam, o desejo de serenidade. Com ele, nossos mais sinceros reconhecimentos e gratidão aos profissionais da área de saúde que não mediram esforços, com denodo e valentia, encararam o vírus maldito, abriram mão do convívio familiar, alguns se sacrificaram, mas todos, indistintamente, contribuíram decididamente para salvarem muitas vidas e nos indicarem que ainda havia esperanças.

Também não poderíamos deixar de citar o Sistema Único de Saúde (SUS). Essa grande conquista da sociedade brasileira na Constituição de 1988, demonstrou-se, que para além de melhorias que eventualmente possam ser feitas, ele, SUS, enquanto uma conquista da sociedade jamais pode ser alvo de tentativas que levem ao desmonte de suas estruturas públicas e de seu caráter público, gratuito e universal.

Que todos abracem a vacina para que possamos superar este momento de grande flagelo e retomarmos nossas vidas como a conhecemos, em paz e segurança, ao lado de nossos familiares, colaboradores e amigos.

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