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Entenda o que é a Síndrome da Cabana e como lidar com ela em meio à pandemia

A ideia de ter que sair de casa depois de tanto tempo em isolamento social te causa algum receio? A volta a uma suposta normalidade assusta a ponto de você preferir continuar enclausurado? Esse sentimento tem sido comum a muitas pessoas em meio à reabertura das atividades econômicas nas principais capitais do país durante a pandemia do novo coronavírus.

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O fenômeno psicológico, conhecido como Síndrome da Cabana, foi descrito pela primeira vez em 1900 nos Estados Unidos, em referência a caçadores que ficavam por muito tempo isolados durante invernos rigorosos e encontravam dificuldades de socialização no retorno à sociedade.

De acordo com a psicóloga, Salete Casagrande, de Içara, os sintomas vão de uma simples tensão, precedida de uma forte angústia, podendo sentir taquicardia. “Com essa pandemia, estamos vivenciando circunstâncias atípicas, inseguranças, tudo muito incerto. Esse medo não pode ser menosprezado, embora, não haja nenhum dano para o cérebro, o sofrimento existe”, completa.

Como lidar com a síndrome

1. Respeite o seu tempo. Não se obrigue, não se cobre, não se culpe. Cada um tem um ritmo e o sentimento é totalmente válido. O importante é não desistir.

2. Estabeleça uma rotina. Porque na rotina você se sente no controle e, se você está no controle, pode controlar os seus pensamentos e seu medo.

3. Comece aos poucos, devagar, e recompense cada passo, cada progresso. Por exemplo, no primeiro dia, simplesmente abra a porta de sua casa e fique ali, olhando para fora. Avalie como está se sentindo. Se puder, dê alguns passos. Senão, feche a porta e se recompense pela sua coragem. No dia seguinte, tente dar alguns passos para fora. Continue enquanto se sentir confortável. Senão volte. Continue insistindo todos os dias até conseguir ir até a esquina e voltar. Não tem problema retroceder. Não tem problema dar um tempo. Apenas tente. Acredite que você pode. Mas não force. Aumente as recompensas conforme for progredindo.

4. Lembre-se de todas as coisas boas que você tinha e fazia ao sair de casa. Lembre-se de seus familiares, do churrasco na casa dos amigos, do cinema, dos restaurantes, dos parques, da cervejinha gelada no bar, do sol acariciando sua pele, do vento bagunçando seus cabelos, das viagens divertidas. Enfim, comece a condicionar seu cérebro para que ele diminua progressivamente a resposta do medo.

5. Nada disso está adiantando? Procure ajuda de um profissional. Você não precisa sofrer sozinho nem mais do que o necessário. A Síndrome da Cabana, quando longa e não monitorada, pode desencadear um quadro depressivo grave.

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