A presença de animais marinhos é relativamente comum no litoral catarinense. Mas quando um pinguim é levado a um hospital veterinário, após ser encontrado num bueiro, no bairro Renascer, em Criciúma, há mais de 30 quilômetros da praia, a situação chama a atenção da população e a informação viraliza nas redes sociais. Foi o que aconteceu nesta quarta-feira (5), quando o animal foi encaminhado até a unidade de cuidados localizada no bairro São Luiz.
Uma das principais questões, ainda sem resposta concreta é como o pinguim foi parar em Criciúma. “Provavelmente foi trazido por alguma pessoa e, infelizmente não foi o primeiro caso”, analisa o biólogo Rodrigo Freitas, lembrando que a presença dessas aves é comum. “Durante a migração em nosso litoral, eles vêm para a orla muitas vezes cansados ou doentes”, ressalta, contando que trata-se de um pinguim de Magalhães. “Ele vive em ilhas da Argentina e do Chile, na Terra do Fogo, e migra em busca de alimentação”, explica.
Riscos do contato
Apesar da curiosidade que esses seres exóticos despertam não é recomendado se aproximar ou tocar neles. “O risco é para a pessoa e para o pinguim, porque ele pode ter gripe aviária ou estar contaminado com algum fungo ou bactéria”, enfatiza, contando que uma pessoa despreparada não pode pegar essas aves, pois é preciso usar equipamento de proteção individual. “Quando acontece de um pinguim precisar de intervenção humana, enviamos para o Centro de Tratamento para Animais Silvestres, no Rio Vermelho, em Florianópolis”, afirma, lembrando que a situação é comum com tartarugas marinhas. “Já nos casos em que eles estão apenas descansando, não é preciso recolocar na água”, explica.
De Criciúma à Capital
Após receber os primeiros cuidados no Hospital Veterinário de Criciúma, o pinguim foi encaminhado para Florianópolis, onde será acompanhado pelos profissionais do Centro de Pesquisa, Reabilitação e Despetrolização de Animais Marinhos (CePRAM).
Por Carlos Filipe/Portal Litoral Sul